Cerca de 160 retiradas de casa e uma estalagem evacuada devido ao incêndio
LUSA/HOMEM DE GOUVEIA

Cerca de 160 retiradas de casa e uma estalagem evacuada devido ao incêndio

A equipa da Força Especial enviada do continente para prestar apoio ao combate ao incêndio já esteve a fazer o reconhecimento do terreno. 
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O incêndio que lavra desde quarta-feira na Madeira já obrigou à retirada de cerca de 160 pessoas de suas casas e levou à evacuação, na noite de sábado, dos 150 hóspedes da estalagem da Encumeada.

Segundo avança o Dnotícias, o presidente da Câmara de Câmara de Lobos, Leonel Silva, explicou que cerca de 160 pessoas foram retiradas de casa em Terra Chã e Seara Velha, em Curral das Feeiras, e na Fajã das Galinhas.

O autarca tinha a expetativa de que estas pessoas pudessem regressar a casa durante a tarde deste domingo se o incêndio se mantivesse mais calmo, como estava ao início do dia.

O mesmo jornal refere que a estalagem da Encumeada, em Serra de Água, Ribeira Brava, foi evacuado na noite de sábado devido à proximidade das chamas. Cerca de 150 pessoas foram retiradas desta unidade hoteleira.

A equipa da Força Especial enviada do continente para prestar apoio ao combate ao incêndio já esteve, segundo a mesma fonte, a fazer o reconhecimento do terreno. 

Cerca de 80 elementos da Força Operacional Conjunta da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil juntam-se hoje ao combate ao incêndio com três frentes ativas.  

O Governo dos Açores também manifestou este domingo disponibilidade para enviar meios operacionais para ajudar a combater o incêndio na Madeira, tendo organizada uma equipa.

Segundo o ponto de situação às 08:30 as frentes ativas em curso são nas áreas do Curral das Freiras e Fajã das Galinhas, no concelho de Câmara de Lobos, e na Serra de Água, no município contíguo a oeste, Ribeira Bava.

A força conjunta, que partiu na noite de sábado do aeroporto de Figo Maduro, em Lisboa, a bordo de uma aeronave KC-90 da Força Aérea Portuguesa, é constituída por 25 elementos da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (quatro elementos de comando e coordenação e 21 bombeiros da Força Especial de Proteção Civil), 16 bombeiros voluntários da região do Alentejo 15 militares da Unidade Especial de Proteção e Socorro da GNR, 16 elementos do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas/Força de Sapadores Bombeiros Florestais e quatro elementos do Instituto Nacional de Emergência Médica. 

O pedido de ajuda ao Governo Central só chegou no sábado, depois de Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional, ter recusado acionar mais cedo o mecanismo por considerar que os meios no terreno eram suficientes, o que motivou críticas de outras forças políticas da região. Paulo Cafôfo, líder do PS-Madeira, falou numa decisão “irresponsável” do chefe do Governo madeirense.

Já este domingo, o  presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, acusou as vozes críticas de serem “abutres políticos” e “treinadores de bancada sem conhecimento técnico”.

“Eu acredito é que há um conjunto de abutres políticos que se querem se aproveitar destas situações para tirar dividendos políticos”, disse, acrescentando que não aceita instruções de “treinadores de bancada que não sabem como é que se combate o fogo”.

Ao final da noite, Miguel Albuquerque (que acabara de chegar do Porto Santo, onde estava de férias) visitou o ponto operacional na Eira do Serrado. Confrontado com as críticas da oposição (de que, alegadamente, terá recusado a ajuda do Governo central), Miguel Albuquerque rejeitou essa ideia. Referiu que a ajuda "está a chegar" e que, devido à dimensão (quase 80 operacionais), a operação logística leva tempo. Por isso, "tudo está a correr dentro dos trâmites", apontou, revelando ainda estar a coordenar apoio com os Açores. 

O líder do JPP da Madeira criticou este domingo o que classifica de "incompetência" do presidente do Governo Regional e do secretário com a pasta da Proteção Civil e anunciou que vai pedir uma audição parlamentar com urgência destes responsáveis.

"O JPP entende que a situação grave provocada pelos incêndios e os erros na gestão política justificam a audição urgente a Miguel Albuquerque [presidente do Governo Regional da Madeira] e Pedro Ramos [secretário regional da Saúde e Proteção Civil]", diz Élvio Sousa em comunicado.

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