Sociedade
18 janeiro 2021 às 16h05

Campo Maior enfrenta onda covid: escolas e quartel dos bombeiros encerrados

Escolas e Quartel dos Bombeiros encerrados, Lar com 19 positivos, quando concelho atingiu 3.543 casos por 100 mil habitantes

António Ferreira Góis - serviços especial da Rádio ELVAS para o Diário de Notícias

Na sexta-feira, as escolas de Campo Maior, no distrito de Portalegre, não abriram devido aos casos detetados e aos mais de 400 alunos em isolamento, numa decisão que se veio a revelar polémica por parte da Comissão Municipal de Proteção Civil e do Gabinete de Crise do Concelho de Campo Maior, criado no âmbito da pandemia do Covid-19 que tinha decidido o encerramento em reunião do dia 14 de janeiro, para analisar o estado atual da situação pandémica no concelho, que contabiliza à data um total de 256 casos ativos nesta altura.

A decisão de encerrar as escolas foi desautorizada pela delegada regional de Educação do Alentejo já que "apenas se encontra autorizada pela senhora diretora-geral de Saúde a suspensão das atividades letivas relativas à Educação Pré-Escolar e ao 1º CEB no Centro Escolar Comendador Rui Nabeiro", de acordo com uma informação enviada aos encarregados de educação.

Já no domingo, a Comissão Municipal de Proteção Civil e o Gabinete de Crise do Concelho de Campo Maior, reuniu via online, com a delegada regional de Educação do Alentejo e a delegada regional de Saúde do Alentejo, para analisar a situação das escolas do concelho, tendo mantido o encerramento até quarta-feria dia 20, quando a situação será reavaliada. Uma ação de protesto dos pais estava prevista para esta segunda-feira, caso as escolas abrissem de novo, mas com a decisão de manter o encerramento, o protesto foi suspenso. Segundo alguns encarregados de educação, "há o objetivo de recolher mil assinaturas para pedir o encerramento das escolas".

Esta segunda-feira, segundo o município, o concelho chegou aos 399 casos confirmados e 256 ativos, numa serie de 279 nos últimos 14 dias que elevam Campo Maior para 3.543 casos por 100 mil habitantes. O concelho raiano tinha apenas 99 casos a 31 de dezembro de 2020, contados desde o início da pandemia e agora, em apenas 18 dias de janeiro, quadruplicou o numero de casos.

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A situação epidemiológica do concelho é grave. O presidente da câmara Municipal, João Muacho, informou que testou positivo na terça-feira, dia 12, e já este domingo o quartel de bombeiros local foi encerrado, devido a haver 60% dos bombeiros assalariados infetados, como referiu o comandante Miguel Carvalho. "Nove dos 15 homens da corporabção testaram positivo, mais um bombeiro voluntário". As corporações do distrito estão a colaborar com duas ambulâncias por dia, destacadas para o complexo de piscinas municipais, de onde prestam auxilio à população.

Na semana passada, o arcebispo de Évora, Francisco Senra Coelho, confirmou a existência de um surto de covid-19 no Mosteiro da Imaculada Conceição de Campo Maior. Depois de alguns sintomas nas irmãs, "14 das 16 Monjas Concepcionistas testaram positivo", de acordo com a Madre Maria dos Anjos.

De entre as 14 monjas infetadas, a mais nova tem 26 anos e a mais velha tem 77. A situação é surpreendente pois as irmãs vivem dentro do convento sem contactos com o exterior, sendo uma das poucas ordens religiosas em que os seus membros, neste caso as irmãs, vivem em celas.

"Há apenas uma irmã que apresenta sintomas mais severos, como febre alta e dores no corpo. As restantes apresentam alguma tosse e a febre inicial já desapareceu" confirmou a madre do convento.

Leia também: 14 Irmãs enclausuradas no Mosteiro de Campo Maior testam positivo à covid

Este domingo, a Direção do Centro de Dia e Lar de Nossa Senhora da Graça de Degolados, freguesia rural do concelho de Campo Maior, informou que dos testes ao Covid-19 a todos os utentes e funcionários da instituição, resultaram 12 utentes e sete funcionários, "todos os utentes e funcionários se encontram bem e sem qualquer sintoma".

Entretanto, 51 utentes e 41 funcionários do Lar de Santa Beatriz da Santa Casa da Misericórdia assim como 39 utentes e 31 funcionários do Lar de Degolados receberam na sexta-feira a primeira dose da vacina, numa operação da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA) que gere os Hospitais de Portalegre e Elvas e os centros de saúde do distrito.

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