Cadeia Rei dos Frangos pede para não ser confundida com amigo de Vieira
A cadeira de churrasqueiras Rei dos Frangos pediu esta quarta-feira para não ser confundida com o empresário José António dos Santos, conhecido como "o rei dos frangos", amigo de Luís Filipe Vieira detido no mesmo processo que envolve o presidente do Benfica.
A empresa vinca, em comunicado, que "em nada tem a ver com o circo metafórico 'do rei dos frangos', nem com nenhuma das pessoas envolvidas nesse grupo de peças que se veem noticiando desde 2019.
A cadeia esclarece que nenhuma das suas 19 lojas nem a sua sede em Leiria foi alvo de buscas e que em nada está relacionada com Luís Filipe Vieira.
"A nossa empresa chama-se Churrasqueiras Rei dos Frangos, Lda. e tem direitos sobre a marca comercial 'Rei dos Frangos'. Este é o nome utilizado nas nossas lojas para denominar o nosso serviço e os nossos produtos. Queremos e devemos lutar pelo bom nome desta marca e desta empresa que existe desde 1989", pode ler-se na nota.
No entanto, existe uma relação comercial entre a empresa e José António dos Santos. "Não existe nem existiu qualquer relação empresarial entre a nossa empresa e o Sr. José António dos Santos além da natural interação comercial entre fornecedor e comprador: a Avibom, uma das empresas do Grupo Valouro, vende matéria-prima à Churrasqueiras Rei dos Frangos, concretamente, frango. Porque é de assar frango que nós percebemos, de acções e SADs... nem tanto", esclarece a cadeia de churrasqueiras take-away, que pede para que José António dos Santos seja tratado pelo nome.
"Como nota final, até explicamos mais: os nossos gerentes até são simpatizantes do Sporting!", conclui a firma.
O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) informou que o Ministério Público deteve esta quarta-feira um dirigente desportivo, dois empresários e um agente do futebol e realizou cerca de 45 mandados de busca a sociedades, residências, escritórios de advogados e uma instituição bancária, em Lisboa, Torres Vedras e Braga.
Esta informação não revela os nomes dos arguidos, porém, fonte ligada ao processo, confirmou à agência Lusa que um dos detidos é o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira.
No comunicado do DCIAP, os quatro detidos, que segundo vários órgãos de comunicação social são, além de Luís Filipe Vieira, o seu filho Tiago Vieira, o empresário José António dos Santos, conhecido como "o rei dos frangos", e o agente desportivo Bruno Macedo, são suspeitos de estarem envolvidos num processo em que se investiga "negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros, que poderão ter acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades".
Refere o Ministério Público que em causa no processo estão "factos ocorridos, essencialmente, a partir de 2014 e até ao presente" e suscetíveis de serem "crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento".
Está previsto que os detidos sejam presentes na quinta-feira a primeiro interrogatório judicial com vista à aplicação de medidas coação, tendo em conta "indícios já recolhidos, com vista a acautelar a prova, evitar ausências de arguidos e prevenir a consumação de atuações suspeitas".