Balanço: Ainda falta vacinar 300 mil pessoas da primeira fase
Se tudo correr como está previsto, a primeira fase de vacinação deverá terminar no mês de abril,embora umas administrações regionais de saúde (ARS), que têm concelhos mais pequenos e menos populosos, possam terminar mais cedo do que outras.
Ao que o DN apurou quer no norte quer no Alentejo há concelhos que já terminaram a primeira fase e que aguardam já pela segunda, mas nenhuma ARS avançou para essa etapa. De acordo com os dados disponibilizados pela task force para o processo de vacinação contra a covid-19, no dia 28 de março, domingo, ainda faltava vacinar 300 mil pessoas da primeira fase em todo o país. O DN solicitou às ARS a quantidade de pessoas que faltava vacinar por região, mas nenhuma avançou com um número, remetendo a divulgação deste para a task force, que, por sua vez, referiu não ter obtido tais números da parte de cada uma das ARS.
Segundo a task force, liderada agora pelo vice-almirante Gouveia e Melo, dos cerca de 1,2 milhões de utentes abrangidos nos grupos prioritários e incluídos no critério "Salvar Vidas", definidos na norma n.º 002/2021 da DGS, de 30 de janeiro e atualizada a 10 de março, já tinham sido vacinadas 900 mil pessoas, umas com vacinação completa outras com só com uma dose, faltando 300 mil.
Na mesma resposta, refere ao DN que "as ARS estão a receber vacinas proporcionalmente à densidade populacional das respetivas regiões, estimando-se que a fase 1 termine durante abril, iniciando-se imediatamente a fase 2. Caso exista uma ARS que termine a fase 1 com alguns dias de antecedência e exista disponibilidade de vacinas, inicia-se imediatamente a fase 2".
As ARS indicam que vão seguir a calendarização da task force, dando a entender que a segunda fase avançará para todas ao mesmo tempo. A ARS Norte respondeu ao DN que "nesta região de saúde estão criadas todas as condições para cumprir a calendarização definida para esta fase da vacinação, a qual prevê venha a ser concluída no decurso do próximo mês".
De Lisboa e vale do Tejo a resposta não é diferente: "Esta primeira fase está a decorrer dentro do expectável, a bom ritmo e de acordo com a calendarização definida pela task force. Prevê-se que possa estar concluída dentro em breve, durante o mês de abril."
Do Alentejo chegou a seguinte resposta: "Conforme decorra a vacinação nos próximos dias, poder-se-á iniciar a segunda fase no final da primeira ou segunda semana de abril."
Do Algarve veio também a resposta que "a primeira fase do processo de vacinação está a decorrer normalmente, em articulação com a coordenação da task force, e de acordo com o definido no âmbito do plano nacional de vacinação contra a covid-19, estimando-se a sua conclusão durante o mês de abril".
O DN tinha solicitado às cinco administrações regionais que indicassem o número de utentes da primeira fase ainda por vacinar, se já tinham algum concelho a iniciar a segunda fase, uma vez que municípios menos populosos já terminaram a primeira fase, ou se iriam optar por todos os concelhos terminarem a vacinação ou até só avançar quando todas as outras o fizessem. As respostas remeteram-se à calendarização definida pela task force.
Quanto ao número de pessoas que até agora já tinham rejeitado a vacinação, a maioria das ARS não respondeu - apenas a do Alentejo referiu ser residual. Mas a task force, que salvaguardou ao DN que, embora não seja um objetivo seu "controlar esta evidência, a perceção que existe, face aos dados disponíveis, é de um valor residual, da ordem dos 2%".
Quanto à questão dos recursos humanos necessários para levar em frente as próximas fases da vacinação em massa - tendo em conta que faltam 2500 enfermeiros, 400 médicos, 2300 auxiliares, 5200 no total - a task force referiu ao DN que "o processo de recrutamento se encontra a decorrer em articulação entre Ministério da Saúde, task force, ARS e autarquias, estimando-se que termine durante do segundo trimestre".