Sociedade
18 maio 2022 às 19h23

Monkeypox. Já há 14 casos de varíola dos macacos em Portugal

A DGS anuncia que subiu para 14 o número de casos de varíola dos macacos em Portugal, indicando que há ainda duas amostras em análise laboratorial. "Os casos identificados mantêm-se em acompanhamento clínico, encontrando-se estáveis".

DN

Subiu para 14 o número de casos de infeção pelo vírus Monkeypox, também conhecido por varíola dos macacos, anunciou esta quarta-feira (18 de maio) a Direção-Geral da Saúde (DGS), indicando que há ainda duas amostras em análise laboratorial.

"A DGS informa que foram confirmados mais nove casos de infeção humana por vírus Monkeypox em Portugal, havendo, até ao momento, 14 casos confirmados", refere a autoridade de saúde em comunicado.

De acordo com a DGS, os novos casos foram confirmados pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), ao final da tarde desta quarta-feira, "existindo ainda duas amostras em análise".

Esta manhã, a DGS fez saber que tinham sido detetados mais de 20 casos suspeitos de infeção pelo vírus Monkeypox, todos na região de Lisboa e Vale do Tejo, cinco dos quais tinham sido confirmados pelo INSA, um número que sobe agora para 14.

"Relativamente aos restantes casos suspeitos, as amostras ainda serão remetidas para análise pelo INSA" e "os casos identificados mantêm-se em acompanhamento clínico, encontrando-se estáveis", lê-se na notra agora divulgada.

Explica a DGS que, neste momento, "decorrem ainda os inquéritos epidemiológicos, com o objetivo de identificar cadeias de transmissão e potenciais novos casos e respetivos contactos".

"A DGS recorda que a doença por vírus Monkeypox é transmissível através de contacto com animais ou ainda contacto próximo com pessoas infetadas ou com materiais contaminados. A doença é rara e, habitualmente, não se dissemina facilmente entre os seres humanos".

Caso as pessoas "apresentem lesões ulcerativas, erupção cutânea, gânglios palpáveis, eventualmente acompanhados de febre, arrepios, dores de cabeça, dores musculares e cansaço, devem procurar aconselhamento clínico", recomenda a DGS.

"Perante sintomas suspeitos, o indivíduo deverá abster-se de contactos físicos diretos. A abordagem clínica não requer tratamento específico, sendo a doença habitualmente autolimitada em semanas", refere ainda a DGS.

Em declarações ao início da tarde aos jornalistas, no Porto, a diretora do Programa Nacional para as Infeções Sexualmente Transmissíveis e VIH confirmou que os cinco primeiros casos confirmados foram detetados numa clínica ligada a doenças sexualmente transmissíveis em homens jovens com idades entre os 20 e os 50 anos.

"Foram identificados em contexto de atendimento numa clínica de doenças sexualmente transmissíveis porque apresentavam lesões genitais. É verdade que são casos de homens que têm sexo com homens, mas essa pode só ter sido a forma como foi dado o alerta. Ainda não sabemos mais. Não está descrita, classicamente, a via de transmissão sexual [como passível de causar esta infeção], mas há transmissão por contacto próximo, íntimo e prolongado", descreveu Margarida Tavares.

Todas as situações, frisou, estão localizadas na região de Lisboa e Vale do Tejo.

"Mas para já não sabemos se existe relação. E sim, pode haver dispersão pelo país", acrescentou.

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O vírus Monkeypox é do género Ortopoxvírus (o mais conhecido deste género é o da varíola) e a doença é transmissível através de contacto com animais, ou ainda contacto próximo com pessoas infetadas ou com materiais contaminados.

Esta é a primeira vez que é detetada em Portugal infeção pelo vírus Monkeypox.

Em 2003 foram reportados nos Estados Unidos da América algumas dezenas de casos.

Também o Reino Unido reportou, recentemente, casos semelhantes de lesões ulcerativas, com a confirmação de infeção por vírus Monkeypox.

A DGS e o INSA mantêm-se a acompanhar a situação a nível nacional e em articulação com as instituições europeias