Resultados dos exames do 9.º ano começaram finalmente a chegar às escolas
As escolas começaram esta quarta-feira (16), por volta das 13:00, a receber finalmente os resultados dos exames nacionais do 9.º ano de Português e Matemática, confirmou o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima.
A informação foi adiantada pela SIC, que avança que as pautas deverão começar a ser afixadas durante a tarde. De acordo com a mesma fonte, todos as escolas já receberam os resultados.
“Aqui na minha escola ainda não chegaram, mas tenho conhecimento de escolas que já receberam as notas”, afirmou Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE) e diretor emérito da escola Agrupamento de Escolas General Serpa Pinto, em Cinfães, à Lusa.
Manuel Pereira revelou ainda que por volta das 14:00, as escolas receberam “uma nota do Ministério da Educação a dizer que os alunos que não se encontram aprovados ficam automaticamente inscritos para a 2ª fase”.
Os resultados chegam com demora: às 11:45, as escolas continuavam a aguardar a chegada dos resultados das provas nacionais do ensino básico de Matemática e Português, que deveriam ter sido divulgadas na terça-feira.
O ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) justificou o atraso apontando “dificuldades técnicas” na correção das provas feitas em formato digital, garantindo que as notas seriam conhecidas esta quarta-feira.
“Está quase a terminar o prazo para os alunos se inscreverem para a 2.º fase e ainda não chegaram os resultados às escolas”, lamentou pela manhã Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE) e diretor emérito da escola Agrupamento de Escolas General Serpa Pinto, em Cinfães.
Na sua escola cerca de 100 alunos realizaram as provas e, segundo uma estimativa de Manuel Pereira, os professores iriam precisar de duas horas para conseguir afixar as pautas.
A nota dos exames tem um peso de 30% na nota final e será preciso fazer contas, podendo haver casos em que os alunos ficam retidos, uma vez que ninguém pode transitar para o 10.º ano com negativa às duas disciplinas.
Caso os alunos chumbem, poderão sempre inscrever-se na 2.º fase, mas o prazo de inscrição também está a chegar ao fim e a data das novas provas está próxima: Na sexta-feira realiza-se a de Português e na próxima terça-feira, dia 22 de julho, a de Matemática.
As famílias de todo o país continuam a aguardar pelos resultados. Numa escola da zona de Loures uma professora contou à Lusa que estavam à espera que as notas “chegassem de manhã cedo”, mas até ao momento continuam sem receber quaisquer informações dos serviços do ministério da Educação.
A este problema soma-se um outro caso ocorrido em 15 escolas, onde os encarregados de educação e as próprias escolas reportaram problemas durante a realização da prova de Matemática, tendo o Júri Nacional de Exames decidido dar “a possibilidade de os encarregados de educação escolherem pela validação da prova realizada, sem conhecimento da classificação, ou, em opção, anular a prova da 1.ª fase e realizar a prova na 2.ª fase como se da primeira fase se tratasse”, explicou o gabinete do ministério da Educação.
O ministério da Educação não esclareceu contudo quantos alunos estão nesta situação, quais as escolas onde ocorreram estes problemas e em concreto quais os problemas reportados que justifiquem esta opção.
Para Manuel Pereira, a forma como o assunto foi comunicado “descredibiliza o sistema e todo o processo, porque não se consegue perceber muito bem o que aconteceu”.
O presidente da ANDE diz que “quando as situações não são explicadas, as pessoas podem pensar em tudo. Em educação, a transparência é a melhor solução sempre e se essa confiança se quebra é mau para as famílias, para os alunos e para todo o sistema”.
“As pessoas sempre sentiram que os exames eram fiáveis e de confiança, mas estes problemas quebram a credibilidade. Além disso, não se sabe quais as razões que levaram a tomar decisões deste género, mas têm de ser razões muito fortes em termos de equidade que justifiquem isso”, defendeu Manuel Pereira, considerando que as poucas informações divulgadas até agora são “todas muito estranhas e não fazem sentido”.