72% da população com vacinação completa. DGS já prepara terceira dose

81,6% da população já foi vacinada com pelo menos uma dose de uma vacina contra a covid-19, revela coordenador da task force. Imunosuprimidos e grupos de risco poderão vir a receber dose de reforço
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72% da população de Portugal (7 399 577 pessoas) já completou a vacinação contra a covid-19. Com a primeira dose da vacinação são já 8 264 586 pessoas, ou seja 80%, revela o mais recente relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgado esta quarta-feira e com base em dados reportados até 22 de agosto.

Na semana anterior, a DGS indicava que 66% da população estava totalmente vacinada e 79% tinha pelo menos uma dose da vacina contra a covid-19.

Paralelamente, o coordenador do plano de vacinação contra a covid-19 admitiu esta quarta-feira que na próxima semana a taxa de vacinação com primeiras doses deverá atingir os "85 ou 86%", situando-se ainda nos 81,6%.

"Para a próxima semana, atingiremos, com a ajuda dos portugueses, dos últimos portugueses que têm que vir à vacinação, 85 ou 86% [da taxa de vacinação]. E o processo em termos de primeiras doses está completo. Depois é o processo de segundas doses", afirmou o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, na Guarda.

Gouveia e Melo visitou esta quarta-feira o Centro de Vacinação da Guarda, instalado na Pavilhão Municipal de São Miguel, a convite do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde, e recebeu a Medalha de Excelência e Dedicação do Município "pelo serviço exemplar que tem prestado à Nação".

"Nós somos um povo extraordinário, um povo esclarecido, que tem um saber e uma cultura muito enraizada e estou convencido que vamos encurralar o vírus da única forma que há, que é tirar-lhe toda a capacidade de manobra, tirar-lhe 'toda a água para ele nadar,', como eu digo muito nas minhas analogias marítimas, e 'secar' esse vírus. Hoje, estive a ver as estatísticas, estamos a 81,6% de vacinação", afirmou.

Questionado sobre a vacinação, futuramente, nos centros de saúde, adiantou que a comissão técnica de vacinação elencou um conjunto de pessoas que face às suas características de fragilidade relativamente ao seu sistema imunitário deve ter uma dose adicional.

O processo está a decorrer, informou, lembrando que fez uma estimativa "de cerca de 100 mil pessoas" nessa situação.

"Não é necessário fazer uma 'Task Force' para vacinar 100 mil pessoas", admitiu, apontando que o Serviço Nacional de Saúde "vacinava, normalmente, entre dois a três milhões de pessoas no inverno".

"O sistema de Saúde tem capacidades e os portugueses têm de acreditar no sistema de Saúde", vincou.

Sobre a vacinação de jovens com mais de 12 anos, o coordenador nacional do Plano de Vacinação contra a covid-19 disse que tem "uma expectativa elevada".

"Nós temos cerca de 180 mil jovens ainda por vacinar, nessa faixa etária", lembrou.

Disse, depois, que enquanto coordenador do plano, se preocupou em "garantir flexibilidade" aos jovens, que têm um "fim de semana exclusivo" e depois "casa aberta", de forma a facilitar o início das aulas.

A administração de uma terceira dose de vacina contra a covid-19 pode vir a ser administrada a dois grupos distintos da população, admitiu esta quarta-feira a diretora-geral da Saúde (DGS), Graça Freitas.

"A questão da terceira dose tem duas componentes: para os imunosuprimidos é uma outra oportunidade de ficarem imunizados; para as pessoas que tiveram a sua vacinação, mas porque são velhos, doentes ou terem outra condição que não os deixou duradouramente protegidos, está a ser equacionado um reforço. São estes estudos que estão a ser feitos e que têm muito a ver com a duração da imunidade", afirmou.

Em entrevista ao programa 'Casa Feliz', da SIC, a responsável da DGS vincou que para os imunosuprimidos "está aconselhada uma outra dose" da vacina, não configurando um reforço, mas sim uma "outra oportunidade de se vacinarem", dando como exemplo um doente oncológico após cumprir tratamento que afetou o respetivo sistema imunitário. "É um grupo restrito, serão menos de 100 mil pessoas", salientou.

"Diferente é em determinadas populações que não têm o seu sistema imunitário tão forte: nessas pessoas fazemos um reforço, pegando na imunidade que já têm das outras duas doses e estimulando essa imunidade", acrescentou.

Graça Freitas comentou também o processo de decisão sobre a vacinação das crianças e jovens entre os 12 e os 15 anos, assinalando a "grande necessidade" que a DGS sentiu de ter mais dados e fez um contraponto com o processo nos idosos.

"O benefício de vacinação de um idoso é imenso, porque tem um grande risco de ter doença e de poder morrer. Os benefícios ultrapassam em muito os riscos. Obviamente que os mais novos têm doença menos grave, portanto os benefícios são um pouco menores e temos de ser muito mais cuidadosos do que já somos com os riscos. Foi isso que se passou, tivemos de esperar por estudos que dissessem que vacinar este grupo etário traz benefícios e é seguro".

Assim, a líder da autoridade de saúde nacional reiterou que a recomendação de vacinação para esta faixa etária é feita "com segurança" para todos e defendeu que "quanto mais depressa e a mais pessoas chegar, melhor", sobretudo com o arranque do ano letivo dentro de menos de um mês.

Quanto ao avanço do país no processo de desconfinamento, devido ao progresso da campanha de vacinação, trata-se de uma "questão de equilíbrio", sustentou Graça Freitas, e apelou à toma da vacina para contribuir para a diminuição de restrições.

"Quantas mais pessoas estiverem vacinadas, mais nós conseguimos aliviar as medidas e a nossa vida se tornará normal ou mais parecida com o que era. Disse parecida e não igual, porque ainda não é altura de fazermos tudo, mas é altura de nós próprios percebermos o que é que podemos fazer no dia a dia para diminuir o risco, porque ainda não é zero", concluiu.

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