Portugal preside ao comité dos serviços secretos dos 29 países da NATO
Risos associados ao terrorismo, oriundos do arco de instabilidade a sul, identificados no relatório da avaliação de 2017 das ameaças à NATO.
O comité da NATO que reúne os serviços secretos dos 29 países membros, presidido por Portugal, identifica a ameaça multifacetada a sul como elemento novo face à avaliação de riscos feita em 2016, informaram fontes aliadas.
O Comité Civil de Informações (CIC, sigla em inglês), responsável por fazer a designada Avaliação Conjunta das Ameaças, já entregou um relatório preliminar ao Conselho do Atlântico Norte (NAC) e que não é público, adiantaram as fontes.
O que é novo, face ao relatório de 2016 escrito sob a presidência da Polónia, é a ameaça multifacetada a sul, sobre a qual as fontes se escusaram a elaborar. O documento é relevante, sublinharam ainda, porque traduz a linguagem aceite por todos sobre uma área sensível como a dos serviços secretos e onde a partilha da informação, tendo melhorado ao longo dos últimos anos, continua a ser muito difícil.
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Em causa estão desafios à segurança da NATO (fluxos migratórios, aumento da população jovem sem perspetivas de educação e emprego), para os quais a organização político-militar não tem instrumentos adequados para lhes fazer face.
Mas mesmo reconhecendo que a Aliança tem de se adaptar para lidar com esse tipo de riscos e ameaças, com componentes económicas, políticas, financeiras ou sociais, as fontes assumem que a resposta terá de ser dada em coordenação e complementaridade com a UE e as suas políticas de apoio ao desenvolvimento.
Note-se que os países membros do norte e leste da Europa dão prioridade à ameaça militar da Rússia, enquanto os do sul privilegiam questões ligadas ao terrorismo e da responsabilidade direta das forças de segurança.
A presidência portuguesa do CIC em 2017 é exercida através do diretor do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED), José Casimiro Monteiro, cujo trabalho tem sido reconhecido por todos como exemplar, asseguraram as fontes.
O CIC reporta diretamente ao NAC, aconselhando a organização em matérias de espionagem e terrorismo ou ameaças correlacionadas que a possam afetar.