O que dá o trabalho? Dinheiro, arrelias e que pensar

As principais transformações sociais, económicas e culturais que estão a mudar o mundo do trabalho vão estar em análise em Lisboa, entre 14 e 16 de setembro
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Três dias ao ritmo de um festival de verão, mas onde a música será substituída nos três palcos ao ar livre por debates, intervenções de economistas, cientistas, especialistas em inteligência artificial, artistas nacionais e internacionais, exposições e a troca de ideias com vários convidados. E para manter a concorrência aos festivais haverá, no Jardim Botânico Tropical de Lisboa, um concerto diário - os nomes dos participantes ainda estão em segredo - e a projeção de dois documentários: "Os Dias Contados", de Ana Sofia Fonseca e "Fora da Vida", de Filipa Reis e João Miller Guerra.

Nesta edição dos Encontros anuais da Fundação Francisco Manuel dos Santos o mote parte de uma frase simples: "O Trabalho dá que pensar". Um título explicado por David Lopes, diretor-executivo da Fundação e presidente da comissão executiva do encontro: "Estávamos a falar sobre o que o trabalho dá e lembramos que dá, por exemplo, dinheiro, arrelias e chegámos ao fim do círculo - dá que pensar."

E é nessa importância do trabalho e das modificações que vai sofrendo que se centram os três dias de conferência - entre 14 e 16 de setembro, no Jardim Botânico Tropical, em Lisboa. Na apresentação do evento, o diretor-geral da Fundação lembrou que há muitas questões ainda sem resposta: Em que medida é que o trabalho, como o conhecemos, tem uma data de validade? Quais as principais transformações sociais, económicas e culturais que estão a mudar o mundo do trabalho? Como garantir que há uma transferência de experiência e de conhecimento intergeracional no mercado do trabalho? Quais as implicações da uberização do trabalho?

Para dar respostas, ou pelo menos para lançar explicações vão estar no palco principal Jimmy Wales (co-fundador da Wikipédia), os economistas David Autor, Juan Dolado, Jean Pisani-Ferry, Martha Bailey, Sérgio Rebelo e Luis Garicano (conselheiro de economia do Ciudadanos, em Espanha). Estarão ainda os especialistas em inteligência artificial Arlindo Oliveira e Norberto Pires; o biólogo Jared Diamond (que escreveu o livro Guns, Germs and Steel, com o qual venceu o prémio Pulitzer 1998), além da atriz Ana Padrão, o artista Leonel Moura (embaixador Europeu da Criatividade) e Pedro Gadanho (diretor do Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia, de Lisboa).

Um conjunto de personalidades que o coordenador científico do encontro, o economista Pedro Portugal, diz terem sido convidadas de forma estarem presentes "os economistas mais influentes e menos aborrecidos. Pessoas interessantes. Alargámos as questões de humanismo e das artes. Falaremos das novas profissões, da desmaterialização das relações de trabalho, do próprio conceito do local de trabalho."

O festival terá os seus três palcos (o principal com capacidade para 1400 pessoas) colocados nos relvados do Jardim Botânico, os visitantes entram pela Alameda do Trabalho, onde se poderá acompanhar - num alinha do tempo - toda a evolução do direito laboral, estatísticas, questões do género, evolução dos salários e conteúdos interativos, anunciou David Lopes.

Haverá uma street food e para o final de cada um dos dias - exceto o dia 14 em que a conferência começa às 14.00 e terminará pelas 24.00, nos outros dois dias o horário será das 14.00 às 23.00 - está previsto um concerto, estando ainda em segredo quem serão os cabeça de cartaz. A única certeza é que um dos dias será dedicado às canções relacionadas com o trabalho.

Os bilhetes custam 30 euros para os três dias e 20 euros o diário, enquanto os estudantes pagam cinco euros pelo passe diário e 10 pelos três dias. Estão à venda no site da Fundação Francisco Manuel dos Santos.

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