Mais três jihadistas passaram por Portugal. Um queria ser bombista suicida
Novidades sobre jihadistas portugueses, não há. Na lista que esta semana chegou às polícias portuguesas, onde constam cerca de cinco mil nomes de combatentes estrangeiros do Daesh [acrónimo árabe do grupo terrorista Estado Islâmico], sendo a maioria do Médio Oriente e norte de África, apenas estão quatro nomes de nacionalidade portuguesa e/ou lusodescendentes e que já fazem parte das investigações da Polícia Judiciária (PJ): Nero Saraiva, Sandro Marques, Sadjo Turé e Micael Batista. Só o primeiro está vivo. Ismael Moustefai, lusodescendente e um dos bombistas suicidas dos atentados de Paris, também está registado e matou-se no ataque à casa de espetáculos Bataclan.
Esta lista mais completa - a anterior tinha apenas 1736 nomes - traz, no entanto, algumas novidades em relação aos nomes, entretanto divulgados pelo Expresso e pela Sábado, de jihadistas que terão passado por Portugal.
Além do marroquino e do dinamarquês, há três novos nomes que disseram na sua ficha ter passado por Portugal. Um de nacionalidade alemã e dois franceses. O primeiro, Hajj Ibrahim, de origem tunisina, com 27 anos, solteiro, entrou na Síria em junho de 2014 e no seu registo deixou escrito que estava disponível para ser bombista suicida. Além de Portugal, disse ter visitado a Tunísia e França.
Jilan Derwick é outro combatente que terá passado pelo nosso país. Visitou também a Espanha, a Alemanha, a Bélgica e a Turquia. Tem 23 anos, é solteiro e padeiro de profissão. Ofereceu-se para ser soldado. O terceiro novo nome, em relação ao qual Portugal é referido, é Antuni Munis, de nacionalidade francesa, país onde residia. Tem 27 anos e, além de Portugal, disse ter visitado, a Inglaterra, França, Canadá, Estados Unidos, China, Malásia, Índia, Singapura, Caxemira, vários países da Europa Ocidental e a Hungria. Tem formação universitária e é especialista em informática. Ofereceu-se para "outras" funções que não combatente ou bombista suicida.
As forças e serviços de segurança estão a analisar todos os nomes. Cada uma vai agora olhar para as referências a Portugal e verificar se algum dos jihadistas passou alguma vez pelos seus radares. Como são todos cidadãos europeus dificilmente seriam controlados na fronteira.
"A "agulha no palheiro" seria que algum destes nomes tivesse sido identificado inopinadamente numa simples operação policial", sublinha fonte policial. No entanto, acrescenta, "é possível que na altura em que passaram em Portugal nem tivessem ligações registadas ao Daesh e não haver nenhum alerta nas bases de dados".
Para já, ao contrário do que tinha dito a ministra da Administração Interna e a Procuradora-Geral da República, nenhuma lista com 22 mil nomes chegou às autoridades portuguesas.
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