LISTAS. Metade dos candidatos à 2.ª fase do superior não conseguiram vaga

VEJA AS LISTAS. Apresentaram-se à segunda fase 19 235 alunos e foram ocupadas 9831 vagas. Ainda há 37 cursos vazios
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A segunda fase de acesso ao ensino superior confirmou o crescimento da procura pelos estudantes, com um total de 19 135 candidatos às universidades e institutos politécnicos públicos. Mas no total apenas cerca de metade dos candidatos - 9831 - conseguiram um lugar. Decorridas as duas fases, as instituições contam com 47 171 novos alunos, o que representa um acréscimo de 2,9% em relação ao ano passado.

Apesar de um número significativo de estudantes não ter encontrado a colocação pretendida nesta segunda fase, ficaram por ocupar 4009 vagas. Estes lugares, somados aos que venham a ser libertados nos casos em que os alunos não confirmem as matrículas, serão geridos pelas próprias instituições, que podem optar por levá-los a uma terceira fase (5 a 9 de outubro), não os recolocar ou esperar que os mesmos venham a ser preenchidos por alunos oriundos de outros regimes de acesso, como os concursos para maiores de 23 anos.

O Ministério do Ensino Superior mantém a expectativa de que, decorridas as diferentes formas de acesso e incluindo os cursos técnicos superiores profissionais (TeSP), tenham entrado nas universidades e politécnicos "cerca de 73 mil novos estudantes".

Muitas Engenharias livres

Como tem vindo a suceder ao longo dos anos, a maioria dos cursos ainda com muitos lugares disponíveis são oferecidos por institutos politécnicos - particularmente do Politécnico de Bragança.

A instituição, de resto, já esclareceu no passado que atualmente o alvo primordial destes cursos, muitos deles de Engenharias, são estudantes que chegam através de outras vias de acesso, nomeadamente os maiores de 23 anos e estudantes oriundos dos TeSP. Se assim não fosse estas licenciaturas há muito teriam encerrado, por perderem as condições mínimas - 20 alunos, salvo exceções - para receberem o financiamento público.

No total, de acordo com as listas da segunda fase de acesso, houve 37 licenciaturas que não tiveram qualquer candidato. Esta lista é encabeçada pela licenciatura em Engenharias Renováveis, do Politécnico de Bragança, que mantém as 62 vagas disponíveis desde a primeira fase, seguindo-se Engenharia Agronómica, da mesma instituição, e Engenharia Civil, do Politécnico de Viseu, ambos com 44 vagas.

Mas também há vários cursos que, tendo colocado alguns estudantes, continuam com muitas vagas por preencher. É o caso de Enfermagem Veterinária, de Bragança, ainda com 50 lugares livres, mas também do mestrado integrado em Arquitetura, na área de especialização em Urbanismo, da Universidade de Lisboa, que mantém ainda 43 lugares por preencher, tendo ocupado apenas 13.

Engenharia Civil , fruto da crise que o mercado da construção viveu nos últimos anos, continua a ser evitada pelos estudantes, mesmo quando o setor já começa a dar sinais de alguma retoma. E isso sucede tanto nos cursos oferecidos pelos politécnicos como pelas universidades. O Algarve e a Beira Interior são dois exemplos de universidades onde continuam disponíveis mais de 20 vagas deste curso.

Entradas nos cursos de top

Entre os cursos mais disputados não sobram atualmente lugares. Mas a segunda fase acabou por trazer boas novidades, com algumas vagas da primeira fase a serem recolocadas a concurso. Em Medicina, incluindo mestrados integrados e os ciclos básicos oferecidos pela Madeira e Açores, foram ocupadas nesta fase 15 vagas. A nota do último colocado mais elevada neste período foi precisamente 19,07 valores, que permitiu a um estudante ocupar uma de duas vagas livres no curso de Medicina do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, da Universidade do Porto.

Engenharia Aeroespacial e Física e Tecnológica, do Instituto Superior Técnico, que nos últimos dois anos tiveram as notas de acesso mais elevadas dos concursos nacionais, também deram nesta segunda fase acesso a, respetivamente, mais quatro e a mais três colocações, com as médias a ficarem abaixo dos 19 valores.

Muitas das entradas nestas formações terão sido de alunos que já tinham ficado colocados na primeira fase e optaram por voltar a tentar a sua sorte nos concursos.

Aliás, de acordo com os dados da Direção-Geral do Ensino Superior, dos 19 135 candidatos a esta segunda fase apenas 5939 não tinham concorrido à primeira. Os restantes foram alunos que não ficaram colocados na primeira fase (4819); ficaram colocados mas não se matricularam (1932); ou matricularam-se mas voltaram a concorrer (6346).

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