Criticado por punir denunciante de ilícitos

Mourato Nunes era comandante-geral da GNR e António Costa ministro da Administração Interna quando rebentou o escândalo da suspeita de corrupção e negócios ilícitos na Escola da Guarda
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Era Mourato Nunes comandante-geral da GNR e António Costa ministro da Administração Interna quando rebentou o escândalo da suspeita de corrupção e negócios ilícitos por parte do comandante da Escola Prática da GNR. O coronel suspeito acabaria reformado compulsivamente e condenado por participação económica em negócio e abuso de poder, mas o denunciante - na altura um jovem tenente de 27 anos da administração militar - sofreu pressões da hierarquia que o tribunal considerou "inadmissíveis". Costa e Mourato instauraram-lhe um processo disciplinar sob a acusação de o oficial ter sido a fonte das notícias que saíram nos jornais na altura, o que nunca veio a provar-se.

No meio castrense atitudes como a do oficial - que levou também à suspensão de outro coronel que tinha recebido um louvor de Mourato Nunes - pagam-se caro, e a este inquérito juntou-se um processo desencadeado por uma oportuna carta anónima alegando que tinha recebido presentes ilegais de uma empresa. Teve a carreira congelada durante seis anos até ser absolvido. Esteve em missão no Afeganistão, foi louvado pelo exército dos EUA mas da GNR nunca teve elogios. "Uma forma de punição inadmissível", considerou o coletivo de juízes na sentença. Os magistrados registaram a "amargura" no depoimento do tenente, justificada pelas "consequências desagradáveis quer a nível pessoal quer a nível da carreira como oficial da GNR, que a denúncia das situações que encontrou lhe trouxe". Em tribunal, vários oficiais elogiaram o coronel, que viria a ser condenado, e criticaram o tenente.

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