Censos 2021. INE faz testes de novo modelo de registo a partir de setembro

O INE está a contratar 66 entrevistadores para experimentar alterações do sistema em cinco freguesias e que incluem 45 mil casas. A novidade é o uso de ficheiros por alojamento e uma maior utilização da internet
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Os Censos 2021 estão prestes a dar os primeiros passos. A principal mudança é a utilização de ficheiros por alojamento, o que vai tornar o processo mais rápido e barato. O Instituto Nacional de Estatística (INE) está a recrutar 66 entrevistadores para realizar os primeiros testes. O dia de referência é 26 de setembro.

As populações das freguesias de Alvor, Maia, União de Freguesias de Condeixa-a-Velha e Condeixa-a-Nova, União de Freguesias de Glória e Vera Cruz (Aveiro) e Praia de Mira (Mira) vão receber em setembro uma carta com os códigos para responder aos questionários pela internet em vez de um recenseador lhes bater à porta e entregar o questionário. Oitenta mil pessoas distribuídas por 45 mil alojamentos contribuirão para verificar o grau de utilização da internet e se será ultrapassado o recorde dos Censos de 2011, em que metade dos habitantes o fizeram por aquele meio. Mas o mais importante do novo registo da população portuguesa é a utilização de ficheiros de alojamento pela primeira vez, sublinha Manuela Martins, responsável pela comunicação do INE. Este sistema vai permitir "reduzir os custos da recolha, diminuir o número de intervenientes na recolha de campo e a melhoria de planeamento e gestão da operação".

Outra das inovações é a utilização de informação administrativa, o que vai permitir o cruzamento de dados - pessoal e institucional -, funcionando como controlo das respostas. Além de que "diminui a carga estatística e permite avaliar a qualidade de informação".

São aqueles dois sistemas que estarão sobretudo em causa nos primeiros testes, pois na utilização da internet e na recolha de campo há experiência. Mas é preciso encontrar formas de aumentar e aperfeiçoar o uso das novas tecnologias neste processo.

"O desafio da modernização vai continuar e a inovação marcará os próximos Censos 2021. O INE pretende um Censo mais digital, mais cómodo para os cidadãos e mais eficaz na gestão dos recursos públicos", frisam os responsáveis do instituto.

Vagas quase preenchidas

O INE está a recrutar até ao final do mês 66 entrevistadores, a maioria (26) para testar os questionários na freguesia da Maia, concelho em que estão asseguradas as necessidades, tal como acontece no Alvor (Portimão) e na União de Freguesias de Glória e Vera Cruz (Aveiro).

A fase de inquérito decorre entre 19 de setembro e 13 de novembro e serão avaliados quatro fatores: o impacto da alteração do modelo tradicional de distribuição de questionários porta-a-porta pelo envio de uma carta com os códigos para resposta através da internet; a utilização da internet como principal meio de resposta; o uso de plataformas móveis no trabalho de campo; o contributo da informação administrativa no desenho do novo modelo censitário. Quem não responder pela internet vai ter o apoio de um recenseador, que se deslocará a casa para explicar todo o processo. Mas, tal como nos momentos censitários, a resposta é obrigatória, estando os dados fornecidos protegidos pelo segredo estatístico e profissional, previsto legalmente.

Estes testes realizam-se no âmbito do programa de trabalho sobre a viabilidade do novo modelo, com a duração de quatro anos e que começou em 2013. Posteriormente, será estudada a integração (ou reformulação) das perguntas do inquérito.

O objetivo principal é "reduzir os elevados custos associados às operações censitárias; diminuir a carga estatística sobre os cidadãos; permitir uma maior periodicidade de informação censitária (se possível anual) (...), além de reforçar a integração dos dados de natureza censitária na informação estatística sobre as famílias." Os Censos realizam-se de dez em dez anos e uma das justificações para esse período são os elevados custos destes levantamentos.

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