Camionistas dão quatro dias ao governo para acordo
O clima é de abertura entre governo e camionistas, que esta manhã estiveram reunidos, mas ainda não há acordo final. Apenas um princípio de acordo, com a ANTRAM (Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias) a dar quatro dias ao secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme d'Oliveira Martins, para responder às suas propostas.
No fim desse prazo, "e caso não obtenha qualquer resposta, a Associação estará totalmente solidária com as ações que as empresas de transporte decidirem definir", refere em comunicado.
Na reunião também esteve a Associação Nacional das Transportadoras Portuguesas (ANTP) que admitiu haver "abertura" por parte do governo para discutir algumas das propostas apresentadas pelo setor, mas o protesto para já mantém-se.
Os camionistas mantêm a paralisação iniciada às 08:00 para reclamar a regulamentação do setor e a indexação do preço dos transportes ao dos combustíveis.
No final de uma reunião no Ministério do Planeamento e Infraestruturas, que tem a tutela dos Transportes, Márcio Lopes da ANTP disse aos jornalistas que o governo se comprometeu a criar um grupo de trabalho para discutir as propostas para o setor.
"Isto não vai acontecer nem hoje nem amanhã nem em dias, algumas situações podem demorar meses", disse o responsável, referindo que os promotores da paralisação irão agora reunir-se para decidir se a ação iniciada hoje se mantém ou se será suspendida após as garantias dadas pela tutela.
O primeiro encontro com o governo, no domingo à noite, tinha sido inconclusivo e manteve a paralisação.
A paralisação pretende reclamar a regulamentação do setor, a criação de uma Secretaria de Estado dedicada exclusivamente aos Transportes, a obrigatoriedade de pagamento no período máximo de 30 dias e a criação de um mecanismo para que a inflação também seja refletida no setor dos transportes.
De acordo com Márcio Lopes, o caderno de reivindicações inclui ainda que o preço dos combustíveis seja indexado ao preço dos transportes, isto é, refletido no custo dos serviços, melhores condições de trabalho para os motoristas e descontos nas portagens.
"A iniciativa não partiu da associação, mas é a associação que está a dar voz ao desagrado dos camionistas e dos empresários, muitos associados da ANTP", explicou o dirigente associativo, adiantando que a ação de protesto deverá decorrer nas estradas "de norte a sul do país, e nas zonas de fronteira".
A ANTP representa as pequenas e médias empresas do setor e foi formada depois do bloqueio de 2008.
De acordo com a ANTP, o setor tem 7.500 empresas e mais de 300 mil trabalhadores, representando esta associação cerca de 400 associados, segundo o presidente da direção.
Contactada pela Lusa, fonte da GNR disse que até ao momento não há informações de condicionamento de trânsito.
A Lusa tentou ouvir o ministério da tutela, mas tal não foi possível até ao momento.