Aluimento na A41. Valongo exige à Ascendi "desculpas públicas"
O presidente da câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro, exigiu hoje à Ascendi "um pedido de desculpas público à população do concelho" a propósito do caso do aluimento de pavimento na A41 que aconteceu há cerca de três semanas.
"É inadmissível que só agora a [concessionária] Ascendi venha esclarecer que uma das principais vias de acesso do Grande Porto vai estar condicionada pelo menos mais 16 semanas", referiu José Manuel Ribeiro que, em comunicado, refere ter-se reunido na terça-feira com representantes da empresa, num encontro em que foi informado que "só no final de abril deverá haver circulação nos dois sentidos da A41, mas numa única faixa".
No dia 12 de fevereiro, cerca das 17:45, o aluimento de piso provocou o corte de tráfego na A41, entre o nó de Alfena e o nó da A3, no sentido Alfena-Aeroporto.
No dia 18 a empresa responsável por aquela estrada, a Ascendi, indicou à agência Lusa que tinham sido iniciados os trabalhos preparatórios, mas não indicou datas nem prazos para que a situação fosse resolvida.
Já há uma semana, também em resposta escrita remetida à Lusa, a Ascendi indicou que estavam a decorrer que "diversos trabalhos de consolidação da passagem hidráulica colapsada e preparatórios dos trabalhos de fundo que terão de ser executados".
"Esta situação é particularmente lesiva para a população do concelho de Valongo, sobretudo das cidades de Alfena e de Ermesinde, que além de ficar privada desta via estruturante, se vê confrontada diariamente com o trânsito caótico, pois um fluxo anormal de veículos está a ser desviado para vias municipais, que estão a sofrer um enorme desgaste provocado pelo aumento brutal de veículos", considerou José Manuel Ribeiro.
O autarca de Valongo, distrito do Porto, exige à Ascendi uma vistoria e reparação imediata das vias municipais afetadas, bem como a pavimentação dessas vias após conclusão das obras na A41 e reposição total da circulação.
No mesmo comunicado, José Manuel Ribeiro reafirma, e conforme já havia transmitido na última sexta-feira em reunião do Conselho Metropolitano do Porto (CmP), que, "conjuntamente com a câmara da Maia, está já a ser preparada uma ação judicial para se exigir uma indemnização".
Em causa estão as consequências do desvio de tráfego para vias municipais que, segundo defende o autarca, "não são adequadas para um volume de veículos diário tão elevado e durante tanto tempo".
As duas autarquias exigem também a abertura urgente de um corredor "sanitário" para assegurar a circulação de ambulâncias e bombeiros, bem como uma rápida articulação da sinalização dos desvios com os técnicos da Ascendi e das autarquias.
José Manuel Ribeiro exige também a suspensão imediata do pagamento de portagens no troço afetado e a devolução dos valores cobrados aos utentes desde o dia 13 de fevereiro.
"Nenhuma das condições de disponibilidade desse serviço está a ser cumprida, designadamente as condições de segurança, de acessibilidade e de circulação, conforme determina a lei", lê-se na nota remetida pela câmara de Valongo.