Portugal Telecom com lucros de 240 milhões de euros no semestre
A Portugal Telecom deverá obter lucros de 240,4 milhões de euros no primeiro semestre, segundo as previsões de dez casas de investimento.
Os lucros da operadora no período deverão refletir o encaixe da venda da participação que detinha na CTM (Macau) que gerou um efeito extraordinário de 330 millhões de euros.
De acordo com o consenso das casas de investimento, a PT (cujos resultados do segundo trimestre serão conhecidos na quarta feira) deverá registar receitas consolidadas de 1.519,2 milhões de euros (-7%) e um EBITDA consolidado de 522,6 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano.
Em Portugal, destaca a Caixa BI, o segmento residencial será aquele que irá continua a apresentar o desempenho mais positivo. "Apesar das adições líquidas de televisão paga deverão conrtinuar a evidenciar provas de que este segmento está começar a abrandar (dada a elevada penetração deste serviço)", destaca a nota de research da Caixa BI. "Os restantes segmentos deverão continuar a registar tendências anuais de queda, embora a um ritmo mais lento do que em trimestres anteriores", pode-se ler na mesma nota de research.
O Credit Suisse destaca igualmente o desempenho da PT no mercado residencial, impulsionado pela oferta quadruple play (TV, Internet, voz fixa e móvel). "Em Portugal vimos a concorrência no mobile a abrandar e a PT a apresentar um crescimento dos subscritores mobile ajudado pela oferta quadruple play M4O o que augura algo de bom para o crescimento dos clientes no pós-pago", diz nota de research do banco. Mas, ressalva, "com a Vodafone a mostrar um maior empenhamento na rede fixa, vimos a concorrencial no residencial a aumentar".
A generalidade dos analistas destaca o peso da Oi para os resultados consolidades da PT. O desempenho da operadora brasileira, onde a PT detém uma participação de 23% e cujos resultados serão conhecidos a 14 de agosto, e a suspensão do pagamento dos dividendos previsto para agosto é destacado por alguns bancos de investimento.
"O prevísel corte na política de dividendos da Oi pode originar uma complexa reestruturação na cadeia de controlo da Oi e, em última análise, adiciona pressão na contas da PT", destaca o UBS em nota de research de 25 de julho, logo após ter sido conhecida a suspensão do pagamento do dividendo previsto para agosto da Oi, porque a dívida ultrapassou três vezes o EBITDA.
Ainda antes da decisão, o Millennium bcp também realçava a questão da dívida na sua nota de research onde colocava na lista de preocupações da gestão "endereçar as preocupações da dívida/dividendos de forma corajosa" de modo a diminuir a pressão sobre as ações da PT e da Oi.