PS, IL e BE preparam-se para, em 2025, escolher novas direções - ou reconduzi-las -, num ano marcado por Eleições Regionais na Madeira, que já serão as terceiras em ano e meio, e pelas Eleições Autárquicas, em setembro ou outubro, que vão configurar um derradeiro teste para a liderança socialista. No entanto, daqui a um ano, o país vai também escolher um novo Presidente da República, o que pode ser uma prova de fogo para o principal partido da Oposição.“As Eleições Autárquicas vão correr bem ao PS”, pressagiou ao DN o antigo deputado socialista José Junqueiro. Esta ideia contraria a posição do antigo candidato a secretário-geral do partido, Daniel Adrião, que defendeu ao DN que “o resultado das Autárquicas é um teste importante para a atual liderança”.Porém, mesmo com uma perspetiva oposta, José Junqueiro critica o tabu que o PS tem feito sobre a apresentação de um nome “credível” dentro do partido para a Câmara de Lisboa.Sobre eventuais coligações ou acordos, Junqueiro, diz que “a esquerda, hoje, em Portugal está reduzida a uma representação mínima”. Por isso, vaticina: “Se o PS se ligar a uma representação mínima, será derrotado.”Questionado sobre se as Autárquicas, apontadas para a reta final de 2025, serão um teste à liderança de Pedro Nuno Santos, penalizando-a, caso o PS sofra uma derrota, José Junqueiro mostra-se seguro e elege como principal preocupação as Presidenciais, daqui a um ano.“Esse é o primeiro grande desafio do PS”, vinca o antigo deputado, mas com uma advertência: “O PS há 20 anos que não tem estratégia, acomodou-se sempre àquilo que era o candidato aprovável.”“E agora”, continua o antigo deputado, “ou se acomoda àquilo que é o Presidente da República aprovável, e isso implica dar liberdade [aos militantes], ou se acomoda a uma ideia do Gouveia e Melo, ou apresenta uma alternativa.” Mas esta última hipótese chega “tarde”. “Estamos a um ano das Eleições Presidenciais e não temos, dentro do PS, nenhuma situação clara relativamente a quem possa ser.”Escolha dos liberaisJá nos dias 1 e 2 de fevereiro, a IL reúne-se no Pavilhão Paz e Amizade, em Loures, para decidir, na Convenção Nacional do partido, a recondução da atual Comissão Executiva, de Rui Rocha, ou optar por uma mudança interna, que, para já, só tem um concorrente: Rui Malheiro, que lidera o movimento Unidos pelo Liberalismo, em substituição do antigo candidato presidencial Tiago Mayan Gonçalves, que desistiu deste objetivo quando revelou que falsificou assinaturas na qualidade de presidente de uma freguesia no distrito do Porto.Ao DN, o opositor de Rui Rocha assumiu não ver as Autárquicas como “um fator de pressão extra, mas uma responsabilidade que já devia estar incutida na liderança do partido”, o que, trocado por miúdos, significa que é um tema que vai pressionar a escolha da nova Comissão Executiva.Por isso, Rui Malheiro deixa como receita para o próximo presidente da IL a missão de “oferecer a máxima disponibilidade e apoio” às estruturas locais “para que possam fazer o melhor trabalho possível em prol das populações que representam”.Rui Rocha anunciou a sua recandidatura em dezembro, alegando a “necessidade de desenvolver uma solução política que traga mudança efetiva a Portugal”.Sobre as Autárquicas, contradizendo o seu opositor interno, Rui Rocha admitiu ao DN que as vê como “uma enorme oportunidade” para os liberais difundirem a sua mensagem “no terreno, em política de proximidade”. Para isso, o líder da IL, em vésperas da reunião magna do partido e em jeito de pré-campanha interna, afirma que “a preparação começou há muito e está a entrar em velocidade de cruzeiro”.O fantasma da geringonçaEntre os dias 31 de maio e 1 de junho, o Complexo Desportivo Municipal do Casal Vistoso, em Lisboa, vai ser o palco da XIV Convenção do BE, onde a coordena- dora do partido, Mariana Mortágua, verá a sua direção manter-se ou ser substituída. Se acontecer como antes, a Moção E, liderada por Pedro Soares, vai disputar a liderança.Ao DN, o opositor de Mortágua alerta para um “espírito geringoncista”, que se mantém “em vários membros da direção” do partido, começando por criticar o facto de ainda não ter “começado uma campanha eleitoral para as Autárquicas” e o “Bloco estar já a defender uma coligação com o PS em Lisboa”. Uma posição que, de acordo com o membro da Mesa Nacional e da Comissão Política, “minimiza a capacidade de o BE ser uma alternativa”.O dirigente do BE Adriano Campos, próximo de Mortágua, explicou que as linhas básicas do partido já estão definidas para as Autárquicas e passam por “uma abordagem de alianças amplas à esquerda”.“Continuamos a estar disponíveis e continuamos a ter conversas com o Livre em algumas autarquias”, disse, acrescentando que o PCP “escolheu não o fazer”.Sobre o PS, Adriano Campos diz que não há sinais que apontam para essa convergência. Em relação às críticas da oposição interna, o dirigente do BE frisa apenas que “é caricato”, até porque “o Bloco chumbou o orçamento do PS [em 2021] e pagou um preço eleitoral por isso”.Ainda assim, “havendo por parte das forças à esquerda na cidade de Lisboa uma possibilidade de convergência para derrotar Carlos Moedas não será o Bloco de Esquerda a fechar as portas”, remata Adriano Campos.
PS, IL e BE preparam-se para, em 2025, escolher novas direções - ou reconduzi-las -, num ano marcado por Eleições Regionais na Madeira, que já serão as terceiras em ano e meio, e pelas Eleições Autárquicas, em setembro ou outubro, que vão configurar um derradeiro teste para a liderança socialista. No entanto, daqui a um ano, o país vai também escolher um novo Presidente da República, o que pode ser uma prova de fogo para o principal partido da Oposição.“As Eleições Autárquicas vão correr bem ao PS”, pressagiou ao DN o antigo deputado socialista José Junqueiro. Esta ideia contraria a posição do antigo candidato a secretário-geral do partido, Daniel Adrião, que defendeu ao DN que “o resultado das Autárquicas é um teste importante para a atual liderança”.Porém, mesmo com uma perspetiva oposta, José Junqueiro critica o tabu que o PS tem feito sobre a apresentação de um nome “credível” dentro do partido para a Câmara de Lisboa.Sobre eventuais coligações ou acordos, Junqueiro, diz que “a esquerda, hoje, em Portugal está reduzida a uma representação mínima”. Por isso, vaticina: “Se o PS se ligar a uma representação mínima, será derrotado.”Questionado sobre se as Autárquicas, apontadas para a reta final de 2025, serão um teste à liderança de Pedro Nuno Santos, penalizando-a, caso o PS sofra uma derrota, José Junqueiro mostra-se seguro e elege como principal preocupação as Presidenciais, daqui a um ano.“Esse é o primeiro grande desafio do PS”, vinca o antigo deputado, mas com uma advertência: “O PS há 20 anos que não tem estratégia, acomodou-se sempre àquilo que era o candidato aprovável.”“E agora”, continua o antigo deputado, “ou se acomoda àquilo que é o Presidente da República aprovável, e isso implica dar liberdade [aos militantes], ou se acomoda a uma ideia do Gouveia e Melo, ou apresenta uma alternativa.” Mas esta última hipótese chega “tarde”. “Estamos a um ano das Eleições Presidenciais e não temos, dentro do PS, nenhuma situação clara relativamente a quem possa ser.”Escolha dos liberaisJá nos dias 1 e 2 de fevereiro, a IL reúne-se no Pavilhão Paz e Amizade, em Loures, para decidir, na Convenção Nacional do partido, a recondução da atual Comissão Executiva, de Rui Rocha, ou optar por uma mudança interna, que, para já, só tem um concorrente: Rui Malheiro, que lidera o movimento Unidos pelo Liberalismo, em substituição do antigo candidato presidencial Tiago Mayan Gonçalves, que desistiu deste objetivo quando revelou que falsificou assinaturas na qualidade de presidente de uma freguesia no distrito do Porto.Ao DN, o opositor de Rui Rocha assumiu não ver as Autárquicas como “um fator de pressão extra, mas uma responsabilidade que já devia estar incutida na liderança do partido”, o que, trocado por miúdos, significa que é um tema que vai pressionar a escolha da nova Comissão Executiva.Por isso, Rui Malheiro deixa como receita para o próximo presidente da IL a missão de “oferecer a máxima disponibilidade e apoio” às estruturas locais “para que possam fazer o melhor trabalho possível em prol das populações que representam”.Rui Rocha anunciou a sua recandidatura em dezembro, alegando a “necessidade de desenvolver uma solução política que traga mudança efetiva a Portugal”.Sobre as Autárquicas, contradizendo o seu opositor interno, Rui Rocha admitiu ao DN que as vê como “uma enorme oportunidade” para os liberais difundirem a sua mensagem “no terreno, em política de proximidade”. Para isso, o líder da IL, em vésperas da reunião magna do partido e em jeito de pré-campanha interna, afirma que “a preparação começou há muito e está a entrar em velocidade de cruzeiro”.O fantasma da geringonçaEntre os dias 31 de maio e 1 de junho, o Complexo Desportivo Municipal do Casal Vistoso, em Lisboa, vai ser o palco da XIV Convenção do BE, onde a coordena- dora do partido, Mariana Mortágua, verá a sua direção manter-se ou ser substituída. Se acontecer como antes, a Moção E, liderada por Pedro Soares, vai disputar a liderança.Ao DN, o opositor de Mortágua alerta para um “espírito geringoncista”, que se mantém “em vários membros da direção” do partido, começando por criticar o facto de ainda não ter “começado uma campanha eleitoral para as Autárquicas” e o “Bloco estar já a defender uma coligação com o PS em Lisboa”. Uma posição que, de acordo com o membro da Mesa Nacional e da Comissão Política, “minimiza a capacidade de o BE ser uma alternativa”.O dirigente do BE Adriano Campos, próximo de Mortágua, explicou que as linhas básicas do partido já estão definidas para as Autárquicas e passam por “uma abordagem de alianças amplas à esquerda”.“Continuamos a estar disponíveis e continuamos a ter conversas com o Livre em algumas autarquias”, disse, acrescentando que o PCP “escolheu não o fazer”.Sobre o PS, Adriano Campos diz que não há sinais que apontam para essa convergência. Em relação às críticas da oposição interna, o dirigente do BE frisa apenas que “é caricato”, até porque “o Bloco chumbou o orçamento do PS [em 2021] e pagou um preço eleitoral por isso”.Ainda assim, “havendo por parte das forças à esquerda na cidade de Lisboa uma possibilidade de convergência para derrotar Carlos Moedas não será o Bloco de Esquerda a fechar as portas”, remata Adriano Campos.