Que datas se seguem no calendário político?.A agenda política é bastante agitada nos próximos meses. No final deste mês, há eleições para a Assembleia Regional da Madeira, também antecipadas, devido às suspeitas de corrupção que recaem sob o Executivo madeirense, liderado por Miguel Albuquerque. Antecipadas, também, serão as eleições legislativas (que deviam acontecer só em 2028). Para isso, há duas datas possíveis, nas contas do Presidente da República: 11 e 18 de maio. Antes, Marcelo Rebelo de Sousa terá de ouvir os partidos (o que acontecerá esta quarta-feira, entre as 11.00 e as 19.00), e, no dia seguinte, vai auscultar o Conselho de Estado. Depois, em setembro ou outubro, haverá eleições autárquicas. E, em janeiro do próximo ano, os portugueses irão novamente às urnas para eleger o próximo Presidente da República..O que acontece ao Parlamento? E ao Governo?.Depois de ouvir o Conselho de Estado, o Presidente da República irá, então, dissolver a Assembleia da República, que cessará funções. É aí que entra a Comissão Permanente, que trabalhará - com poderes limitados - até à instalação de um novo Parlamento, resultante destas legislativas antecipadas. De acordo com o artigo 179.º da Constituição, a Comissão Permanente funciona nestes hiatos temporais e é “presidida pelo Presidente da Assembleia da República”, José Pedro Aguiar Branco, sendo composta “pelos vice-presidentes” do Parlamento e por “deputados indicados por todos os partidos com assento parlamentar”, consoante a representatividade no hemiciclo.Em relação ao Governo, o Executivo deixará de ter plenitude de poderes, entrando em funções de gestão. Ou seja, segundo a lei, está limitado à “prática dos atos estritamente necessários para assegurar a gestão dos negócios públicos” (número 5, artigo 186.º da Constituição)..Com o Governo de saída, o que acontece Orçamento do Estado para este ano?.A partir do momento em que o Presidente da República publicar, em Diário da República, o decreto da dissolução do Parlamento (que fica, assim, formalizado), o Orçamento do Estado passará a estar em duodécimos. E, ainda que a economia possa não ficar muito afetada pela crise (uma vez que o turismo e o investimento estrangeiro têm aumentado), o mesmo não se pode dizer em relação ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), cuja execução pode ficar comprometida. E o próprio Marcelo Rebelo de Sousa alertou para isto, pedindo, no início da legislatura, que não se “desperdiçasse o tempo único” dos fundos europeus, apelando à estabilidade governativa. Mas os apelos do chefe de Estado não foram colhidos pelos partidos..E após as eleições? Que cenários se seguem?.A perspetiva de uma maioria absoluta não parece estar no horizonte, com as sondagens a indicarem, praticamente de forma unânime, um empate (ou, pelo menos, uma proximidade) entre a AD e o PS. Todavia, esta aproximação pode resultar em mais incerteza, porque a possibilidade de maiorias parece reduzida. Isto poderá ser penalizador para quem conseguir formar Governo, uma vez que, em novembro, há a votação do Orçamento do Estado para 2026. E, não havendo uma aprovação das contas do país para o próximo ano, também não poderá haver eleições após o chumbo. Isto porque o Presidente da República está impedido, por lei, de convocar um novo ato eleitoral a partir de 9 de setembro, por se encontrar nos últimos seis meses no cargo. Antes disso, o próximo Governo irá, ainda, ter de apresentar o seu programa, que não é votado. No entanto, se assim entender, a oposição pode apresentar uma moção de rejeição, recusando as linhas programáticas do próximo Executivo..Luís Montenegro voltará a ser candidato?.Sim. O ainda primeiro-ministro já confirmou que, no próximo sufrágio, voltará a ser candidato. Mesmo que seja arguido, garantiu. E não se perspetiva que a própria coligação da AD (que junta o CDS e o PPM) se desmanche antes das próximas eleições legislativas..Governo caiu. Há eleições em maio. Montenegro e Pedro Nuno trocam acusações.Caiu mesmo. Frases fortes do debate que derrubou o Governo de Luís Montenegro