"Hoje [quarta-feira], modéstia à parte, posso dizer às pessoas com toda a confiança para acreditarem, porque já não estamos apenas a assumir compromissos, nós estamos a concretizar aquilo que dizemos”, garantiu esta quarta-feira, numa ação de campanha em Setúbal, o líder da AD - Coligação entre PSD e CDS, depois de ter sido confrontado por vários pensionistas que se queixaram de reformas baixas e de cortes com mais de 10 anos nos seus rendimentos. Mais a sul, no Algarve, o líder do PS, Pedro Nuno Santos, acusou Montenegro de não saber “qual é a realidade dos pensionistas em Portugal”.“Passos Coelho tirou-me da minha reforma 280 euros. Nunca mais mos deram”, queixou-se a Montenegro um reformado que o confrontou no Mercado do Livramento, em Setúbal.“Nós estamos a atualizar as reformas todas. Você sabe disso”, apaziguou o líder da AD, momentos antes de ter sido confrontado por uma mulher que se queixou de ter trabalhado durante 52 anos e agora ter uma reforma de 680 euros. “Acha bem?”“Pois, isso é a sua carreira contributiva”, justificou Luís Montenegro.“Compreendo que as pessoas que há uns anos, por razão da situação financeira do país, viveram tempos de alguma inquietação neste domínio, precisam de uma palavra de segurança”, continuou Montenegro..Também foi com a garantia de que a AD está “muito ligada” aos problemas reais das pessoas que Luís Montenegro assegurou que a força política que representa está “numa fase em que as pessoas já perceberam” que a sua “palavra tem muito valor”. “Nós cumprimos o nosso compromisso e somos efetivamente de confiança”, afirmou.Quase em simultâneo, no Algarve, Pedro Nuno Santos criticava o líder da AD por, “ainda ontem (terça-feira)” se congratular “com o facto de ter baixado o IRS e isso beneficiar os pensionistas”, quando, sustentou, Montenegro “não faz ideia de que uma maioria larga dos pensionistas em Portugal não paga IRS e não paga IRS porque as pensões são baixas”.“Luís Montenegro não sabe do que fala porque não conhece os pensionistas, e só alguém que não conhece os pensionistas fala do IRS para um pensionista que não ganha o suficiente para poder pagar IRS”, insistiu.O DN consultou o programa da AD e do PS para perceber as diferenças entre as medidas de ambos para as pensões. No caso da coligação entre PSD e CDS passa por uma redução do IRS e estimular o crescimento económico. Neste imposto, a redução prevista é de 2 mil milhões de euros até 2029, com uma quebra de 500 milhões de euros ainda em 2025. Para além disto, há a promessa de aumentar o complemento Solidário para Idosos para que, em 2029, permita que as reformas tenham um valor de referência de 870 euros.O PS promete manter uma valorização das pensões, idexando-as a “outras variáveis macroeconómicas, como a variação da massa salarial, para cálculo dos aumentos, a par da garantia de aumentos mínimos, evitando a estagnação das pensões mais baixas”.Os socialistas prometem ainda fazer alterações de base, que passam pela rejeição de “quaisquer tentativas de privatização total ou parcial do sistema de pensões” e por criar a possibilidade de consignar até 5 pontos percentuais da receita do IRC” ao Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social.