Marcelo diz que escolha será entre papa "de transição" ou "de rutura"
FABIO FRUSTACI/EPA

Marcelo diz que escolha será entre papa "de transição" ou "de rutura"

Presidente da República marcou presença nas cerimónias fúnebres de Francisco.
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou este sábado o próximo conclave vai escolher entre “um papa de transição” ou um líder da Igreja Católica “tão inovador e tão de rutura” como foi Francisco.

“[Ou] é um papa de transição, que aconteceu com João Paulo II e depois Bento XVI, ou é um papa tão inovador e tão de rutura como Francisco. Normalmente não há dois seguintes a ser, mas pode ser que sim”, afirmou o chefe de Estado à RTP, após as cerimónias fúnebres que decorreram no Vaticano, onde esteve presente.

O chefe de Estado português considerou que "quem vai servir de eixo fundamental para ajudar as congregações vai ser um bocadinho a figura como o cardeal Parolin, que conhece todo o mundo, conhece todos os cardeais, conhece todas as escolhas de Francisco e conhece o pensamento de Francisco".

O Presidente da República, que ficou sentado atrás do Presidente dos Estados Unidos da América e ao lado do Presidente da Polónia, afirmou que a presença de mais de uma centena e meia de delegações oficiais estrangeiras nas cerimónias fúnebres do Papa mostrou "como o mundo inteiro lá estava, a prestar homenagem a Francisco, à sua mensagem, à sua obra".

Ajuda também a entender "o peso que tem, por um lado, a Igreja em todo o mundo, por outro lado, uma figura como um Papa que ultrapassa a dimensão da Igreja e que tocou a vida deles, politicamente, economicamente, socialmente, como tocou a vida de cada um de nós, afetivamente", acrescentou.

Questionado se o próximo Papa poderá ser um dos quatro cardeais portugueses que vão participar no conclave, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que, "como Presidente da República Portuguesa, devia dizer que sim" e destacou que todos têm "estilos diferentes" e são "pessoas com muita experiência".

"Se se quiser escolher um Papa para um pontificado curto, temos. Também, inclusive, conheceram bem dois Papas, Bento XVI e Francisco, quer D. Manuel Clemente, quer D. António Marto, que era muito próximo de um e do outro. E depois dois jovens. Um média idade, tem muita influência em Roma, que é o cardeal Tolentino, e outro, mais recente, depois da Jornada Mundial da Juventude, ainda é muito novo. É conhecido em Roma, mas não muito conhecido em Roma", detalhou.

Já o encontro entre os presidentes dos Estados Unidos e da Ucrânia, que aconteceu na Basílica de São Pedro antes do funeral do papa, Marcelo Rebelo de Sousa considerou-o “inspirador para a paz” e disse esperar que leve a “uma paz digna e justa”.

“Eu acho que é inspirador para a paz, e é um desperdício se não for aproveitado para isso”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

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O Presidente português afirmou que “o que se espera de uma paz falada na Basílica de São Pedro é que seja uma paz possível, uma paz rápida, mas uma paz digna e justa, que é isso que é fundamental”.

“Uma paz digna, uma paz justa, uma paz que possa satisfazer o ponto de vista daqueles que são de um lado, mas também o outro ponto de vista, que é o ponto de vista de Zelensky. Uma paz que seja uma rendição não é uma paz digna e justa”, defendeu Marcelo Rebelo de Sousa, que liderou a comitiva portuguesa que esteve presente nas cerimónias fúnebres do Papa Francisco. No Vaticano estiveram também o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.

Francisco foi sepultado em privado na Basílica de Santa Maria Maior, depois das cerimónias fúnebres na Basílica de São Pedro. O túmulo poderá ser visitado já a partir da manhã de domingo, sendo expectável uma grande afluência ao local.

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O papa Francisco morreu na segunda-feira aos 88 anos, após 12 anos de pontificado.

Nascido em Buenos Aires, em 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta e o primeiro latino-americano a chegar à liderança da Igreja Católica.

A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano.

Portugal decretou três dias de luto nacional.

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