O Palácio Nacional da Ajuda vestiu-se a rigor, esta quinta-feira, para a cerimónia de tomada de posse dos 16 ministros que acompanham Luís Montenegro nesta legislatura, e as mensagens do chefe do Governo comprometeram todos a seguir uma estratégia que tem como missão “resolver os problemas das pessoas e transformar Portugal, para melhorar as condições de vida dos portugueses”.A primeira citação no discurso de Luís Montenegro foi para evocar Agustina Bessa-Luís, nas mesma medida em que foi uma afirmação de intenções, ao dizer ao que vinha: “O país não precisa de quem diga o que está errado; precisa de quem saiba o que está certo.”Evocando a vontade popular, Luís Montenegro, sob o olhar atento de Marcelo Rebelo de Sousa, imediatamente ao lado, lembrou que os portugueses consagraram “a coligação que” lidera “como a força que mais aumentou a representação parlamentar”.“Fê-lo atribuindo-nos uma maioria maior, com expressão significativa de representatividade face às segunda e terceira forças políticas”, insistiu, apontando, contudo, a abertura ao diálogo, referindo que é com “humildade” que interpreta a confiança dos portugueses que “foi endossada às oposições”.“O país precisa de quem quer construir e não de quem só pensa em destruir”, alertou o primeiro-ministro, continuando a dirigir-se a Marcelo, em quem depositou a missão de incorporar todos os portugueses.A segunda citação já foi para trazer ao momento o fundador do PSD e antigo primeiro-ministro, Francisco Sá Carneiro, que, de acordo, com Montenegro, disse: “Os Portugueses estão ansiosos por que se deixem os governantes de debate ideológico, de grandes discursos, para se aterem ao exercício singelo e discreto da sua função: trabalhar para resolver os problemas das pessoas, os problemas da nação.”“Só criando riqueza, garantimos o Estado Social e o funcionamento do elevador social”, explicou, aludindo à Justiça, à Saúde e aos rendimentos.Com a promessa de que o Governo tem “uma estratégia integrada e transversal” para concretizar este desígnio, Montenegro aproveitou a deixa para falar, sem mencionar, no recém-criado Ministério da Reforma do Estado, tutelado por Gonçalo Saraiva Matias, apontando como prioritária a necessidade de “desbloquear os constrangimentos que limitam a capacidade de crescer”.“O primeiro é o excesso de burocracia, o excesso de regras, a morosidade das decisões, a falta de agilidade do Estado”, afirmou, declarando “guerra à burocracia”.E toda esta “mudança” não será “contra ninguém”, mas “a favor da criação de riqueza e do bem-estar”, assegurou.Montenegro disse que o objetivo do Governo é criar “uma sociedade onde valha mais trabalhar do que não trabalhar, e onde aqueles que não” querem “deixar para trás e precisam” de “solidariedade, devem também corresponder no mesmo sentido”.Esta sociedade, com esta regra de reciprocidade, é também para dirigida aos imigrantes, explicou o primeiro-ministro, acrescentando que “terão de cumprir regras à entrada e na permanência no nosso país. Esse é o pressuposto para lhes facultarmos um acolhimento digno e humanista.” Porém,”para se garantir o cumprimento das regras”, explicou, “também é necessário perceber que o seu incumprimento tem consequências que podem ir até ao retorno”, lançou.“Não desistimos, por isso, de criar uma Unidade de Estrangeiros e Fronteiras na polícia”, explicou enquanto defendeu que “uma política migratória responsável, regulada e humanista, é um elemento fundamental ao sucesso económico e à estratégia de criação de riqueza”.Antes de afirmar que “o mundo está perigoso”, o primeiro-ministro também disse que “a segurança é um pilar da liberdade, da tranquilidade, do exercício dos direitos, da qualidade de vida. Mas é também um ativo económico.”“Portugal é um país seguro, mas vale ouro preservar esse valor”, defendeu.Com a promessa de que vai apresentar, “na próxima cimeira da NATO a antecipação do objetivo de alcançarmos 2% do PIB nos encargos desta área, se possível já este ano de 2025”, Montenegro explicou que se trata “de um plano que” o Governo vai “ultimar nos próximos dias, que se desenvolverá nos próximos anos”, mas com o “conhecimento prévio” do Chega e do PS.“Um plano realista que não porá em causa as funções sociais e o equilíbrio orçamental”, prometeu.No remate, Montenegro prometeu envolver todos nas tarefas a que se propõe, “dos partidos aos parceiros sociais, das autarquias às instituições sociais, das ordens profissionais a cada português”.“Vamos ao trabalho”, apelou, “pelo futuro, pelas famílias portuguesas, por cada português”.Benefício da dúvidaAndré Ventura, após a cerimónia, declarou que “os partidos devem dar o benefício da dúvida” ao Governo, até porque, explicou, Montenegro tinha ido ao encontro a “preocupações que também são do Chega”.“Temos um quadro histórico de maioria à direita, não precisamos do Partido Socialista”, disse o líder do Chega, destacando que “o lema agora é trabalhar, trabalhar, trabalhar. Se for esse o objetivo do primeiro-ministro, temos trabalho conjunto.”A clareza das eleiçõesO discurso do Presidente da República surgiu sob a forma de uma aula, dividida em seis lições, a começar pelo facto de os portugueses terem derrotado a abstenção no dia 18 de maio, ao votarem “de forma significativa”.Em segundo lugar, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que “o juízo coletivo reforçou a confiança política” em Luís Montenegro, na mesma medida em que - referiu como terceira lição - os portugueses não o tenham punido com uma avaliação que se impôs ao fim de 11 meses de desempenho.A quarta lição de Marcelo lembra, porém, que “os portugueses não deram, porém, nem ao vencedor sozinho, nem à eventual soma com o mais próximo partido de centro-direita, maioria absoluta de votos, nem de mandatos.”No entanto, a interpretação que Marcelo faz dos resultados eleitorais leva-o a trazer para a quinta lição a penalização dos portugueses à “força política que havia governado Portugal, desde 1995 e até 2024 - quase trinta anos, salvo dois períodos um de três, outro de quatro anos - e que conseguira praticamente igualar o vencedor em 2024.”Por fim, Marcelo, na sétima lição, lembrou que a “mudança” que nasceu no dia 18 de maio é uma substituição de ciclo político, com uma viragem à direita, “inseriu-se numa evolução europeia, que chegou mais tarde a Portugal, de enfraquecimento dos partidos clássicos perante novas realidades políticas”.XXV GOVERNOPrimeiro-MinistroLuís MontenegroMinistro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo RangelSecretária de Estado Assuntos EuropeusInês DomingosSecretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e CooperaçãoAna Isabel XavierSecretário de Estado das Comunidades PortuguesasEmídio SousaMinistro Estado e das FinançasJoaquim Miranda SarmentoSecretário de Estado Adjunto e OrçamentoJosé Maria Brandão de BritoSecretária de Estado dos Assuntos FiscaisCláudia Reis DuarteSecretário de Estado do Tesouro e FinançasJoão da Silva LopesSecretária de Estado da Administração PúblicaMarisa GarridoMinistro da PresidênciaAntónio Leitão AmaroSecretário de Estado Adjunto da Presidência e ImigraçãoRui Armindo FreitasSecretário de Estado da Presidência do Conselho de MinistrosTiago MacieirinhaSecretário de Estado da PresidênciaJoão Valle e AzevedoMinistro da Economia e da Coesão TerritorialManuel Castro AlmeidaSecretário de Estado da EconomiaJoão Rui FerreiraSecretário de Estado do Planeamento e Desenvolvimento RegionalHélder ReisSecretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do TerritórioSilvério RegaladoSecretário de Estado do Turismo, Comércio e ServiçosPedro MachadoMinistro da Reforma do EstadoGonçalo Saraiva MatiasSecretário de Estado para a DigitalizaçãoBernardo CorreiaSecretário de Estado para a SimplificaçãoPaulo Magro da LuzMinistro dos Assuntos ParlamentaresCarlos Abreu AmorimMinistro da Defesa NacionalNuno MeloSecretário de Estado Adjunto e da Defesa NacionalÁlvaro Castelo BrancoSecretário de Estado Adjunto da Política da Defesa NacionalNuno Pinheiro TorresMinistro das Infraestruturas e HabitaçãoMiguel Pinto LuzSecretário de Estado das InfraestruturasHugo Espírito SantoSecretária de Estado da MobilidadeCristina Pinto DiasSecretária de Estado da HabitaçãoPatrícia Machado SantosMinistra da JustiçaRita JúdiceSecretário de Estado Adjunto e JustiçaGonçalo PiresSecretária de Estado da JustiçaAna Luísa MachadoMinistra da Administração InternaMaria Lúcia AmaralSecretário de Estado Adjunto da Administração InternaPaulo Simões RibeiroSecretário de Estado da Administração InternaTelmo CorreiaSecretário de Estado da Proteção CivilRui RochaMinistro da Educação, Ciência e InovaçãoFernando AlexandreSecretário de Estado e da EducaçãoAlexandre Homem CristoSecretária de Estado da Administração EscolarMaria Luísa de OliveiraSecretária de Estado da Ciência e InovaçãoHelena CanhãoSecretária de Estado do Ensino SuperiorCláudia SarricoMinistra da SaúdeAna Paula MartinsSecretária de Estado da SaúdeAna PovoSecretário de Estado Gestão da SaúdeFrancisco GonçalvesMinistra do Trabalho, Solidariedade e Segurança SocialMaria do Rosário Palma RamalhoSecretária de Estado Segurança SocialSusana LimaSecretária de Estado da Ação Social e InclusãoClara Marques MendesSecretário de Estado do TrabalhoAdriano Rafael MoreiraMinistra do Ambiente e EnergiaMaria Graça CarvalhoSecretário de Estado AmbienteJoão Manuel EstevesSecretário de Estado EnergiaJean BarrocaMinistra da Cultura, Juventude e DesportoMargarida Balseiro LopesSecretário de Estado Adjunto da Juventude e da IgualdadeCarla RodriguesSecretário de Estado CulturaAlberto SantosSecretário de Estado DesportoPedro DiasMinistro da Agricultura e MarJosé Manuel FernandesSecretário de Estado Pescas e MarSalvador MalheiroSecretário de Estado AgriculturaJoão MouraSecretário de Estado FlorestasRui Ladeira