César do Paço nega apoio a Gouveia de Melo e adia "para momento oportuno" posição sobre presidenciais
O empresário luso-americano César do Paço, conhecido por ser próximo do Chega e de André Ventura, reagiu a uma notícia da SIC que o ligava ao "pré-arranque da campanha" de Gouveia e Melo à Presidência da República, garantindo não ter querido manifestar qualquer apoio ao almirante que aparece a liderar todas as sondagens para as eleições presidenciais de janeiro de 2026. Em causa esteve um almoço-debate organizado na semana passada pelo International Club of Portugal, no qual o antigo chefe do Estado-Maior da Armada foi o orador convidado.
Confessando "estranheza quanto à tentativa de estabelecer uma ligação que carece de fundamento", o que diz ter sido feito pela SIC, César do Paço argumentou que já participou num almoço da mesma entidade, de que a sua empresa Summit Nutritionals International é patrocinadora, em que a líder parlamentar socialista Alexandra Leitão era oradora. E que, "evidentemente", isso não o "vincula a qualquer tipo de apoio à sua candidatura à Câmara de Lisboa".
Sobre o almoço-debate com Gouveia e Melo, apesar de reconhecer que o antigo coordenador da taskforce para a vacinação contra a covid-19 "tem gerado considerável expectativa quanto à possibilidade de vir a assumir uma candidatura, o que naturalmente atraiu a atenção dos meios de comunicação social presentes no evento", o empresário realça que não houve nenhuma declaração sobre as eleições presidenciais no evento, dedicado ao tema da "Liderança e Ambição Coletiva".
Na sequência de uma declaração pública que publicou no seu site oficial, acusando a SIC de "construir uma narrativa desprovida de fundamento", concentrando-se "de forma obsessiva" na sua presença no evento do International Club of Portugal, Paço disse ao DN que também estiverem presentes no almoço-debate "distintas personalidade oriundas do PSD e de outras formações políticas", sem que isso "possa ou deva ser interpretado" como uma manifestação de apoio a Gouveia e Melo.
Quanto à disputa da sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa no Palácio de Belém, o empresário considera "prudente reservar para momento oportuno qualquer tomada de posição". Isto porque ainda não fez "uma reflexão ponderada sobre o tema", para o que contribui serem, em sua opinião, "ainda escassos os elementos disponíveis relativamente às propostas e intenções dos potenciais candidatos à Presidência da República".
Nesse rol encontra-se André Ventura, que tem contado com o seu apoio ao longo dos últimos anos, e que entretanto suspendeu a candidatura presidencial, concentrando-se em liderar o Chega nas eleições legislativas, antecipadas pela dissolução da Assembleia da República. "Possui plena legitimidade democrática para se apresentar como candidato ao cargo que entenda ser o mais adequado à prossecução do interesse nacional", diz César do Paço, ressalvando que se trata de "uma decisão de carácer exclusivamente pessoal", que cabe ao próprio tomar, "em conformidade com a sua consciência e sentido de dever para com o país".