Barómetro. Desempenho do Presidente da República divide portugueses
Divididos. É assim que os portugueses estão quanto à atuação do Presidente da República no último mês. Esta é a conclusão do barómetro DN/Aximage sobre o desempenho do chefe de Estado. Dos 601 inquiridos para este estudo (que tem uma margem de erro de 4%), 43% avaliam “bem” ou “muito bem” a conduta de Marcelo Rebelo de Sousa, com 46% a terem a perceção de que o Presidente atuou “mal” ou “muito mal”.
A avaliação negativa é, no entanto, superior no grupo etário acima dos 65 anos - onde 52% dos inquiridos têm opinião desfavorável em relação ao desempenho do Presidente. Ao contrário, a faixa mais jovem é aquela que melhor impressão tem de Marcelo (48%). Alargando a análise às classes sociais, mais de metade dos inquiridos (52%) das duas classes mais altas (A e B) avaliam negativamente o Presidente. É, no entanto, nas duas classes mais baixas (D e C2) que Marcelo Rebelo de Sousa tem opiniões mais positivas (47% na classe D e 48% na C2).
Opinião diferente tem quem votou no Chega nas últimas legislativas, em março de 2024. A larga maioria dos votantes no partido de André Ventura (69%) consideram que o Presidente tem atuado “mal” ou “muito mal”. Mas a opinião é especialmente negativa nos eleitores da CDU (71%). No entanto, esta leitura deve ser feita a “mero título indicativo”, como ressalva a Aximage, uma vez que o “valor” das bases da CDU (tal como da IL, BE, Livre e PAN) é “muito reduzido”. Já nos abstencionistas, a opinião sobre Marcelo Rebelo de Sousa é “muito boa” ou “boa” para 44% destes inquiridos.
Realizado entre 6 e 8 de março (ou seja, já com a possibilidade de uma crise política à vista), o barómetro da Aximage para o DN procurou perceber, também, em quem confiam mais os portugueses: se no Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa ou no primeiro-ministro, Luís Montenegro. E a escolha é clara: 42% acham o chefe de Estado mais confiável do que o primeiro-ministro. E 30% confiam nos dois de igual modo.
Contudo, e seguindo a tendência de quebra de confiança que se verifica, o primeiro-ministro (que perdeu seis pontos percentuais na confiança para o cargo e cuja avaliação de desempenho é negativa desde o início do ano) tem uma descida acentuada desde janeiro. Nesse barómetro, mostram os dados, Luís Montenegro reunia a confiança de 27% dos inquiridos, agora está nos 16%. Já Marcelo, que começou o ano nos 38% tem vindo a subir e já está quatro pontos percentuais acima desse valor.
E são, novamente, os inquiridos mais velhos quem mais confia apenas no Presidente (45%). No entanto, os jovens têm melhor opinião do primeiro-ministro (23%), que recolhe a maior aprovação das duas classes sociais mais altas (22%). Os inquiridos da classe D (a mais baixa) têm mais confiança em Marcelo do que em Luís Montenegro.
Estendendo a análise aos sentidos de voto são, sobretudo, os eleitores do PS em março de 2024 quem mais confia no Presidente da República (56%), bem como os do Livre (50%). Todavia, os do PSD estão divididos: 32% confiam mais em Marcelo Rebelo de Sousa, com 33% a preferirem o primeiro-ministro. Por outro lado, 40% dos votantes no Chega têm igual confiança nestes dois nomes - tal como os da CDU (50%).
Ficha Técnica
Objetivo do Estudo: Sondagem de opinião realizada pela Aximage – Comunicação e Imagem Lda. para o DN sobre intenção de voto legislativo e temas da atualidade política.
Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal.
Amostra: Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região (NUTSII), a partir do universo conhecido, reequilibrada por género (2), grupo etário (4) e escolaridade (2). A amostra teve 601 entrevistas efetivas: 540 entrevistas CAWI e 61 entrevistas CATI; 291 homens e 310 mulheres; 129 entre os 18 e os 34 anos, 158 entre os 35 e os 49 anos, 157 entre os 50 e os 64 anos e 157 para os 65 e mais anos; Norte 203, Centro 131, Sul e Ilhas 79, Área Metropolitana de Lisboa 188
Técnica: Aplicação online – CAWI (Computer Assisted Web Interviewing) – de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas para os indivíduos com 18 ou mais anos; entrevistas telefónicas - metodologia CATI (Computer Assisted Telephone Interviewing) do mesmo questionário devidamente adaptado ao suporte utilizado, ao subuniverso utilizado pela Aximage nos seus estudos políticos. O trabalho de campo decorreu entre 6 e 8 de março de 2025.
Taxa de resposta: 74,39%.
Margem de erro: O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de + ou - 4,0%.
Responsabilidade do estudo: Aximage - Comunicação e Imagem Lda., sob a direção técnica de Ana Carla Basílio.