Barómetro. Desempenho do Presidente da República divide portugueses
FOTO: Leonardo Negrão

Barómetro. Desempenho do Presidente da República divide portugueses

Atuação de Marcelo Rebelo de Sousa não tem aprovação da maioria. Ainda assim, as pessoas confiam mais no Presidente do que no primeiro-ministro, de acordo com o barómetro DN/Aximage.
Publicado a
Atualizado a

Divididos. É assim que os portugueses estão quanto à atuação do Presidente da República no último mês. Esta é a conclusão do barómetro DN/Aximage sobre o desempenho do chefe de Estado. Dos 601 inquiridos para este estudo (que tem uma margem de erro de 4%), 43% avaliam “bem” ou “muito bem” a conduta de Marcelo Rebelo de Sousa, com 46% a terem a perceção de que o Presidente atuou “mal” ou “muito mal”.

A avaliação negativa é, no entanto, superior no grupo etário acima dos 65 anos - onde 52% dos inquiridos têm opinião desfavorável em relação ao desempenho do Presidente. Ao contrário, a faixa mais jovem é aquela que melhor impressão tem de Marcelo (48%). Alargando a análise às classes sociais, mais de metade dos inquiridos (52%) das duas classes mais altas (A e B) avaliam negativamente o Presidente. É, no entanto, nas duas classes mais baixas (D e C2) que Marcelo Rebelo de Sousa tem opiniões mais positivas (47% na classe D e 48% na C2).

Inquiridos mostram mais confiança em Marcelo Rebelo de Sousa do que em Luís Montenegro.
Inquiridos mostram mais confiança em Marcelo Rebelo de Sousa do que em Luís Montenegro.Imagem: Direitos reservados

Opinião diferente tem quem votou no Chega nas últimas legislativas, em março de 2024. A larga maioria dos votantes no partido de André Ventura (69%) consideram que o Presidente tem atuado “mal” ou “muito mal”. Mas a opinião é especialmente negativa nos eleitores da CDU (71%). No entanto, esta leitura deve ser feita a “mero título indicativo”, como ressalva a Aximage, uma vez que o “valor” das bases da CDU (tal como da IL, BE, Livre e PAN) é “muito reduzido”. Já nos abstencionistas, a opinião sobre Marcelo Rebelo de Sousa é “muito boa” ou “boa” para 44% destes inquiridos.

Realizado entre 6 e 8 de março (ou seja, já com a possibilidade de uma crise política à vista), o barómetro da Aximage para o DN procurou perceber, também, em quem confiam mais os portugueses: se no Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa ou no primeiro-ministro, Luís Montenegro. E a escolha é clara: 42% acham o chefe de Estado mais confiável do que o primeiro-ministro. E 30% confiam nos dois de igual modo.

Contudo, e seguindo a tendência de quebra de confiança que se verifica, o primeiro-ministro (que perdeu seis pontos percentuais na confiança para o cargo e cuja avaliação de desempenho é negativa desde o início do ano) tem uma descida acentuada desde janeiro. Nesse barómetro, mostram os dados, Luís Montenegro reunia a confiança de 27% dos inquiridos, agora está nos 16%. Já Marcelo, que começou o ano nos 38% tem vindo a subir e já está quatro pontos percentuais acima desse valor.

E são, novamente, os inquiridos mais velhos quem mais confia apenas no Presidente (45%). No entanto, os jovens têm melhor opinião do primeiro-ministro (23%), que recolhe a maior aprovação das duas classes sociais mais altas (22%). Os inquiridos da classe D (a mais baixa) têm mais confiança em Marcelo do que em Luís Montenegro.

Estendendo a análise aos sentidos de voto são, sobretudo, os eleitores do PS em março de 2024 quem mais confia no Presidente da República (56%), bem como os do Livre (50%). Todavia, os do PSD estão divididos: 32% confiam mais em Marcelo Rebelo de Sousa, com 33% a preferirem o primeiro-ministro. Por outro lado, 40% dos votantes no Chega têm igual confiança nestes dois nomes - tal como os da CDU (50%).

Ficha Técnica

Objetivo do Estudo: Sondagem de opinião realizada pela Aximage – Comunicação e Imagem Lda. para o DN sobre intenção de voto legislativo e temas da atualidade política.

Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal.

Amostra: Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região (NUTSII), a partir do universo conhecido, reequilibrada por género (2), grupo etário (4) e escolaridade (2). A amostra teve 601 entrevistas efetivas: 540 entrevistas CAWI e 61 entrevistas CATI; 291 homens e 310 mulheres; 129 entre os 18 e os 34 anos, 158 entre os 35 e os 49 anos, 157 entre os 50 e os 64 anos e 157 para os 65 e mais anos; Norte 203, Centro 131, Sul e Ilhas 79, Área Metropolitana de Lisboa 188

Técnica: Aplicação online – CAWI (Computer Assisted Web Interviewing) – de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas para os indivíduos com 18 ou mais anos; entrevistas telefónicas - metodologia CATI (Computer Assisted Telephone Interviewing) do mesmo questionário devidamente adaptado ao suporte utilizado, ao subuniverso utilizado pela Aximage nos seus estudos políticos. O trabalho de campo decorreu entre 6 e 8 de março de 2025.

Taxa de resposta: 74,39%.

Margem de erro: O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de + ou - 4,0%.

Responsabilidade do estudo: Aximage - Comunicação e Imagem Lda., sob a direção técnica de Ana Carla Basílio.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt