A direção do PSD decidiu esta terça-feira avocar o processo de escolha de todos os candidatos autárquicos do partido no concelho de Lisboa, assegurando que esta decisão teve o acordo das estruturas locais."A Comissão Política Nacional determinou avocar o processo de escolhas de todos os candidatos autárquicos no concelho de Lisboa, sendo que esta decisão foi tomada de acordo com as respetivas estruturas", refere o comunicado divulgado após a reunião da Comissão Política Nacional (CPN) do PSD, uma semana depois de conhecida a acusação do processo denominado como "Tutti Frutti".O Ministério Público acusou, a 4 de fevereiro, 60 pessoas de, no total, 463 crimes de corrupção ativa e passiva, prevaricação, tráfico de influência, branqueamento, burla qualificada, falsificação de documento, abuso de poder e recebimento indevido de vantagem.O líder da concelhia de Lisboa do PSD, Luís Newton, e o líder da distrital social-democrata na capital, Ângelo Pereira, estão entre os acusados, tal como outros presidentes de juntas de freguesia em Lisboa e vereadores na capital do PSD e do PS.Segundo os estatutos do PSD, por regra são as concelhias que propõem os candidatos autárquicos, que depois são aprovados pelas distritais, cabendo à CPN apenas homologar estas escolhas, sendo obrigatória uma "concertação prévia obrigatória" entre estruturas locais e a direção apenas para a indicação dos presidentes de Câmara nas capitais de distrito e municípios com mais de cem mil eleitores.Com esta avocação, caberá à direção do PSD a indicação de todos os candidatos em Lisboa, incluindo às juntas de freguesia..Autárquicas. PSD "não vai permitir" candidatos “acusados” pela Justiça.Na semana passada, o DN noticiou que o PSD "não vai permitir" candidatos autárquicos “acusados” pela Justiça. No caso de Lisboa é “evidente”, disse ao nosso jornal fonte dirigente do PSD, que Luís Newton, Vasco Morgado e Fernando Braamcamp - acusados na operação Tutti Frutti - “não têm condições” para exercer “quaisquer cargos autárquicos” nem outros de “funções políticas” no partido. E o mesmo se aplica a Carlos Eduardo Reis, deputado, acusado de seis crimes de corrupção, seis de prevaricação e cinco de tráfico de influência, que é vereador na Câmara de Barcelos.Entre todos, o caso de Luís Newton, que ”ainda não percebeu” que “já devia ter renunciado” a todos os cargos políticos, é entendido como o “mais grave”.Luís Newton, presidente da Junta de Freguesia da Estrela, líder da concelhia do PSD Lisboa e ainda líder da bancada social-democrata na Assembleia Municipal, “já devia ter percebido” todos os sinais a “começar pelo jantar da concelhia, marcado para ontem, que não aconteceu” por ausência de “todos” os elementos, incluindo Carlos Moedas, referiu ao DN fonte dirigente do partido.O segundo aviso reside no “facto” de Luís Newton, que é “interino” na liderança da bancada do PSD na Assembleia Municipal, ter que enfrentar “politicamente” toda a oposição sendo acusado de cinco crimes de corrupção passiva e cinco de prevaricação. “É inconcebível”, diz ao DN fonte autárquica.Acresce a “quase certeza” de que Vasco Morgado, presidente da Junta de Freguesia de Santo António, acusado de 17 crimes de corrupção, sete de prevaricação e três de branqueamento e Fernando Braamcamp, presidente da Junta de Freguesia do Areeiro, acusado de 39 crimes de corrupção passiva, se vão “furtar às reuniões na Assembleia Municipal de Lisboa fazendo-se substituir” dada a “situação desconfortável” em que “se colocaram”.A regra que é agora “lembrada” foi decidida pela Comissão Política Nacional do PSD a 11 de dezembro e divulgada pelo DN no dia no dia 14: “Os candidatos do PSD [às eleições autárquicas] deverão apresentar uma conduta irrepreensível, garantindo que as suas ações não comprometam a idoneidade pessoal nem a do Partido. Este princípio assegura que os representantes do partido mantenham a confiança pública, refletindo os valores de ética, integridade e responsabilidade”.As escolhas dos candidatos, definida como estratégica” e que não distingue “princípios diferentes” para Juntas de Freguesia ou para Câmaras Municipais, exige regras de “qualidade”, de “prioridade” e “ética” definindo a opção por “candidatos com experiência, capacidade de liderança e ligação real às suas comunidades”, o que significa um travão a ambições de líderes de concelhias, que por o serem “podem pensar que são os melhores candidatos, mesmo não o sendo”..PSD aprova apoio à candidatura de ex-líder Santana Lopes à Figueira da FozA Comissão Política Nacional (CPN) do PSD aprovou esta terça-feira o apoio à recandidatura do ex-líder do partido Pedro Santana Lopes à Câmara Municipal da Figueira da Foz (Coimbra).A direção do PSD homologou esta terça-feira 57 candidatos a Câmaras Municipais, informou o partido em comunicado."Destas escolhas, destaque para o regresso de Pedro Santana Lopes a candidaturas do PSD, num sinal claro de unidade e agregação. O PSD privilegia a escolha dos melhores candidatos e projetos em cada localidade", refere o partido, em comunicado.Esta será a primeira vez que Pedro Santana Lopes concorrerá com o apoio do PSD desde que deixou o partido em 2018, depois de o ter liderado entre 2004 e 2005, altura em que foi também primeiro-ministro.A CPN é o órgão que, no PSD, tem a competência estatutária para homologar candidaturas aprovadas pelas distritais e propostas pelas concelhias.O antigo primeiro-ministro Santana Lopes governa o município figueirense desde 2021, pela segunda vez, depois de ter sido presidente de Câmara duas décadas antes, entre 1997 e 2001.Nas últimas autárquicas, foi eleito como independente sem maioria absoluta, mas um acordo com o então líder local do PSD, Ricardo Silva, único vereador social-democrata na Câmara da Figueira da Foz, garantiu a maioria ao executivo da FAP a partir de junho de 2023. Com Lusa