Reforço de 10,1% no MNE em tempos de “enorme turbulência geopolítica”

Reforço de 10,1% no MNE em tempos de “enorme turbulência geopolítica”

Aposta na promoção externa do país passa também por candidatura a membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU. No Orçamento do Estado para 2025, o Ministério liderado por Paulo Rangel reafirma igualmente como prioridade a defesa da lusofonia.
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O Ministério dos Negócios Estrangeiros terá “uma dotação de despesa total consolidada de 472,9 milhões de euros”, o que excede “em 10,1% a estimativa de 2024”, segundo o Relatório do Orçamento do Estado para 2025 que se ficou a conhecer esta quinta-feira. “Potenciar a afirmação externa de Portugal” continua a ser a prioridade, assim como promover a lusofonia, o que envolve desde a ação do Instituto Camões aos laços com a diáspora e a relação com os países que têm a língua portuguesa como oficial.

De forma mais concreta, o documento, embora admitindo que vivemos em tempos de “enorme turbulência geopolítica”, reafirma os chamados quatro eixos essenciais da diplomacia portuguesa: “empenho ativo na construção europeia; aprofundamento e robustecimento do espaço lusófono; intensificação da cooperação transatlântica e defesa do multilateralismo; e compromisso irrenunciável com a União Europeia (UE), a CPLP, a NATO e a ONU”. 

O reforço do papel de Portugal nas organizações internacionais é, aliás, uma das intenções claras do ministério liderado por Paulo Rangel, também ministro de Estado. E o Relatório do Orçamento de Estado destaca a ambição do país de ser eleito membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas para o biénio 2027-2028, sendo que Portugal vai disputar com a Alemanha e a Áustria os dois lugares atribuídos ao Grupo Europa Ocidental e Outros. Nas três candidaturas pós-25 de Abril que apresentou ao Conselho de Segurança (1979-1980, 1997-1998 e 2011-2012) Portugal foi sempre eleito, pelo que as expectativas são grandes de novo sucesso diplomático, e o próprio primeiro-ministro Luís Montenegro, no discurso em setembro perante a Assembleia Geral da ONU, deixou-o bem claro (também defendeu o português como língua oficial das Nações Unidas). 

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