Raimundo não se afasta da corrida às Presidenciais
A uma semana e meia da Festa do Avante!, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, visitou o local onde vai decorrer a maior festa partidária em Portugal e, questionado sobre as Presidenciais, previstas para 2026, deixou uma certeza sobre o candidato comunista na corrida a Belém: terá “o perfil de alguém que tem numa coisa - e desculpem estar a simbolizar assim -, que é um livrinho pequenino que se chama Constituição da República Portuguesa, o programa político para cumprir e fazer cumprir”, explicou.
Sobre se ele próprio pondera assumir essa função, Raimundo não afastou a possibilidade, admitindo que se imagina a desempenhar “todos os papéis que forem necessários para ajudar o povo e os trabalhadores”.
No entanto, continuou o líder comunista, esse debate ainda não se impõe. “Eu sei que estamos no verão, isto tudo é notícia, tudo ganha dimensão de notícia no verão. Umas boas. Infelizmente, outras más. Mas eu acho que quem está a querer puxar para agora o debate das Presidenciais é, vá - aqui para nós que ninguém nos ouve -, um bocadinho fuga para a frente. O problema que nós temos hoje não são as Presidenciais”, considerou, antes de apelar ao debate sobre aquilo que diz importar, ou seja, “os baixos salários, as baixas reformas e o drama do acesso à habitação”.
Para o líder comunista, os portugueses “estão longe das Presidenciais e os problemas das pessoas estão profundamente desligados desta pressão e desta chantagem, que já está aí e vai acentuar-se, da chamada instabilidade política”.
Recuperando o tema que lançou, sobre os problemas que afligem as pessoas, Paulo Raimundo defendeu que é “uma evidência” que a Constituição não tem sido cumprida e que, sintoma disso, é o acesso ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), que deveria ser para todos e não que “se pegue em metade do Orçamento do Estado para o SNS e se entregue ao setor daqueles que fazem da doença um negócio, o setor privado”.
“Conhecemos todos as questões do SNS, o acesso ao SNS, de toda a gente, mas em particular das grávidas. Estamos aqui na Margem Sul: no próximo sábado não há uma Urgência que esteja aberta na Península de Setúbal”, sustentou o líder comunista na Quinta da Atalaia.
Questionado sobre em quem votaria - Kamala Harris ou Donald Trump - se tivesse de se pronunciar nas Eleições Presidenciais norte-americanas, previstas para 5 de novembro, Paulo Raimundo não hesitou em afirmar que nenhum dos dois responde aos problemas.
Para o líder do PCP, o candidato ideal seria “um promotor da paz”. Para além disso, continuou, não há só dois candidatos. “Não os conhecemos, mas um dia vamos falar neles”, avisou. Com Lusa