Montenegro promete solução para salários de professores de Português na Suíça
A primeira deslocação oficial de Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Montenegro à Suíça, a propósito da comemoração do Dia de Portugal, foi esta terça-feira marcada por reivindicações de professores que ensinam português e que alertaram para a falta de atualização salarial há mais de 15 anos.
Tanto o Presidente da República como o primeiro-ministro prometeram tentar encontrar uma solução para o problema, que já conheciam.
À chegada a uma escola em Genebra, ambos foram confrontados por um grupo de cerca de dez professores que queriam alertá-los para o problema. O chefe de Estado admitiu conhecer esta reivindicação, para a qual “tem de se encontrar uma solução”, apontou.
Também o primeiro-ministro assumiu que já conhecia a situação. “Acontece também com funcionários consulares, por causa do fator cambial. Vamos olhar para isso”, assegurou.
Em declarações aos jornalistas, Montenegro voltou a dizer que já conhecia a situação desde que liderava a oposição.
“A garantia é tentar encontrar uma solução, o problema não é exclusivo dos professores, embora no caso dos professores seja uma situação muito delicada”, afirmou, lembrando que muitos já tinham abandonado a carreira.
“Posso garantir que vamos tentar encontrar uma solução de acordo com o interesse que é de todos e também é o nosso, preservar o ensino de português e desenvolvê-lo”, prometeu, num dia em que a língua portuguesa teve um papel fundamental nas intervenções das duas figuras do Estado.
Luís Montenegro, momentos antes, durante uma conversa com alunos de Português na Suíça, foi mais longe no que diz respeito a valorização dos emigrantes, garantindo que também são precisos para a economia portuguesa.
“O nosso objetivo é que sejam felizes e realizados nos locais onde se encontram - alunos, professores e comunidade -, mas nós também precisamos de vocês em Portugal”, afirmou.
No mesmo contexto, Marcelo insistiu na exaltação patriótica a que tinha recorrido no dia anterior, para celebrar o 10 de Junho, mas desta vez dirigida aos emigrantes.
Depois de reiterar que os portugueses são “os melhores dos melhores a adaptar-se aos climas, às culturas, às línguas, aos hábitos, a demonstrar capacidade para dialogar, para falar com todos, entender todos, aceitar todos, praticar o respeito da diferença”, o Presidente da República reconheceu também que a comunidade portuguesa na Suíça enfrenta dificuldades.
“Sabemos aqui da tributação fiscal de reformas, penalizando alguns compatriotas no termo de carreiras profissionais. Sabemos da dificuldade quanto a acidentes de trabalho no relacionamento com seguradoras”, acrescentou.