A comitiva de Luís Montenegro num momento cultural no final do Fórum de Negócios Angola-Portugal.
A comitiva de Luís Montenegro num momento cultural no final do Fórum de Negócios Angola-Portugal.Ampe Rogério / Lusa

Montenegro promete Portugal “de braços abertos”

Em Angola, primeiro-ministro referiu de forma velada a importância de se aprovar a redução de 21% para 15% no IRC.
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No segundo dia da visita oficial do primeiro-ministro, Luís Montenegro, a Angola houve uma garantia: “Nós estamos mesmo de braços abertos a que possam acreditar na economia portuguesa”, disse o chefe do Governo dirigindo-se a empresários angolanos.

Montenegro discursava no Fórum de Negócios Angola-Portugal, depois de ter estado na Feira Internacional de Luanda, onde percorreu o Pavilhão de Portugal.

“Angola abre às empresas portuguesas as portas desta região, deste continente, e Portugal abre para as empresas angolanas as portas de Europa, as portas de outro grande mercado”, evocou.

O primeiro-ministro lembrou também que é intenção do Executivo criar um regime fiscal confortável para atrair investimento para Portugal, fazendo uma referência camuflada a uma das propostas de lei que o Governo vai ver debatida na Assembleia da República em setembro e que tem sido criticada pela oposição, que consiste numa redução do IRC de 21% para 15% até 2027.

“A minha presença aqui é também para vos dizer isso, para vos dizer (...) que nós confiamos muito naquilo que as empresas portuguesas podem fazer em Angola, mas quero também que os angolanos saibam que nós confiamos muito naquilo que os angolanos podem fazer em Portugal”, acrescentou Montenegro, depois de ter sublinhado que, em Portugal, há mão-de-obra “de primeiríssima qualidade”, estabelecimentos de Ensino Superior “de excelência” e potencial de conhecimento adquirido em muitas áreas da economia para poder acolher esses investimentos.

O primeiro-ministro fez-se acompanhar nesta visita, muito centrada na economia, pelo ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e pelo ministro da Economia, Pedro Reis, o que foi revelador das intenções do Governo, sublinhadas pelo périplo desta comitiva a duas empresas angolanas.

Montenegro começou esta quarta-feira o dia com uma visita à empresa Powergol, com origem em Braga  e focada na área da energia e equipamentos elétricos, e depois dirigiu-se à Refriango, o maior projeto de investimento industrial em Angola, fundado em 2005, no que diz respeito a bebidas e refrigerantes, também com origem portuguesa.

Perante a presença de Montenegro, o presidente executivo da Refriango, Diogo Caldas, anunciou um investimento de 75 milhões de dólares (cerca de 69 milhões de euros) deste grupo para produzir bebidas na República Democrática do Congo a partir do próximo ano, através de uma fábrica que começou a ser construída em 2023.

Montenegro destacou estas duas empresas como um bom exemplo da forma como o conhecimento nacional português acaba por alavancar a economia angolana, referindo-se à Refriango como “um colosso industrial”.

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