Marcelo desvaloriza previsão do FMI: "Crescimento do PIB em 1,3% é fazível"
O Presidente da República que o seu "pessimismo era mais sobre a inflação e não sobre o PIB".
Marcelo Rebelo de Sousa desvalorizou a previsão do FMI, que prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) português cresça apenas 0,7% em comparação com os 1,3% previstos pelo Governo.
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"Não penso que seja preocupante. FMI não tomou em consideração os dados mais recentes. Baseou-se em dados anteriores àqueles que o Banco de Portugal e o Governo se baseou. 1,3% é fazível", considerou esta terça-feira o Presidente da República.
"O meu pessimismo era mais sobre a inflação e não sobre o PIB", acrescentou o chefe de Estado, quando questionado sobre a sua reação à apresentação do Orçamento de Estado (OE) para 2023.
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"O FMI tem tido visões muito pessimistas em relação às economias europeias, mas essas economias vão injetar muito dinheiro tanto em termos do custo de energia como em termos de investimentos, nomeadamente a Alemanha", frisou Marcelo Rebelo de Sousa, que salientou que "mesmo os piores cenários não admitem uma recessão".
Ainda sobre o OE2023, que será negociado apenas com dois partidos de apenas um deputado, diz que "é normal as oposições exigirem mais", porque "são oposições". "Só o parlamento poderá decidir. Vou receber amanhã [quarta-feira] os partidos e perceber como olham para o Orçamento", declarou, recordando que o próprio já foi "líder da oposição".
Sobre a notícia de que a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica Portuguesa já recebeu 424 testemunhos, o Presidente da República diz que esse número não lhe "parece particularmente elevado".
"A Comissão está a preparar o relatório final e não há limite de tempo para as queixas. Há pessoas de 80 ou 90 anos que fazem denúncias que aconteceram há 60 ou 70 anos. Esse número de queixas não me surpreende", considerou.
Acerca das alegadas incompatibilidades de membros do Governo, nomeadamente o o caso que envolve o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, que, segundo uma notícia do Observador, detém uma empresa com o pai que beneficiou de um contrato público por ajuste direto, Marcelo diz que vai pedir uma "revisão da lei" à Assembleia da República.