CDS-PP aprova lista de deputados. Nuno Melo decide faltar à reunião
Mais uma vez por vídeo-conferência, o Conselho Nacional (CN) do CDS-PP reúne-se esta quarta-feira de novo, desta vez com a aprovação da lista de candidatos a deputados na agenda - e tendo já o eurodeputado Nuno Melo, candidato a presidente do partido contra o atual líder Francisco Rodrigues dos Santos, anunciado que não participará, pondo em causa a legitimidade da convocatória.
A reunião, extraordinária e convocada com "caráter de urgência", terá início pelas 21.00. Na convocatória enviada aos conselheiros nacionais, à qual a Lusa teve acesso, o presidente do Conselho Nacional, Filipe Anacoreta Correia, justifica que "a urgência da convocatória resulta da necessidade de cumprir os prazos legais para entrega de listas de deputados às eleições legislativas". As listas ainda não foram divulgadas e terão de ser entregues até à próxima segunda-feira, dia 20, nos tribunais de círculo.
Em 27 de novembro, o CN centrista tinha já aprovado a coligação do partido com o PSD no círculo eleitoral da Madeira, algo que não acontecerá nem nos 18 círculos do território continental e nem nos dois da emigração para as eleições. No domingo passado voltou a reunir para aprovar a mesma coligação nos Açores.
Na reunião de dia 27, os conselheiros nacionais aprovaram também, com 91 por cento dos votos, os critérios propostos pela direção para a escolha dos candidatos a deputados. A proposta de critérios de designação de candidatos refere que "a escolha dos candidatos deve recair sobre personalidades de reconhecido mérito e idoneidade, com ligação ao círculo pelo qual se candidatam, e que não se encontrem em situação de incompatibilidade, impedimento ou de inelegibilidade". O documento indicava também que compete à comissão executiva nacional (órgão mais restrito da direção), "ouvidas as distritais, propor os candidatos na primeira posição pelos 18 círculos eleitorais do continente, na segunda, terceira e quarta posições pelo círculo de Lisboa e na segunda e terceira posições pelo círculo do Porto". Os restantes candidatos seriam propostos e ordenados pelas distritais do partido.
Com (mais) uma longa nota no Facebook, Nuno Melo explicou porque não participará na reunião: porque o CN do CDS "tem vindo a reunir com violação de regras regimentais e legais e inaceitável parcialidade na condução dos trabalhos"; porque, "incompreensivelmente" as suas reuniões "são desde há muito apenas urgentes e virtuais"; porque "este Conselho Nacional decorre de outro cuja convocatória o Conselho Nacional de Jurisdição declarou nula e de nenhum efeito"; porque, estando-se a oito dias do fim do prazo, "a quase totalidade das distritais não têm qualquer conhecimento dos nomes escolhidos pela direção para encabeçarem cada lista"; porque a direção pôs "todas as fichas" numa coligação com o PSD que não acontecerá, resultando, "em consequência" que "não preparou o partido para a sua vocação natural, concorrer em listas próprias".
Em conclusão: "As escolhas a fazer serão as escolhas da direção, responsável pela estratégia e pelos resultados".
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