Começa hoje o período oficial da campanha para as eleições legislativas regionais dos Açores, marcadas para 4 de fevereiro, na sequência da crise aberta pelo chumbo, em novembro passado, do Orçamento da Região para este ano, o que levou o Presidente da República a dissolver o Parlamento açoriano e a marcar eleições antecipadas, factos inéditos na história democrática do arquipélago..O principal confronto será o mesmo de sempre, entre o PS e o PSD, só que desta vez o PSD, liderado por José Manuel Bolieiro, ainda presidente do Governo Regional, encabeçará uma coligação com o CDS-PP e o PPM. As eleições tenderão a ser vistas portanto como o primeiro grande teste à Aliança Democrática que o PSD, o CDS e o PPM constituíram para as legislativas nacionais, marcadas para 10 de março..Em outubro de 2020, o PS venceu as regionais açorianas mas a direita ficou em maioria no Parlamento regional, formando Governo, numa coligação com o CDS e o PPM, a que se somou o apoio parlamentar dos eleitos do Chega e da Iniciativa Liberal. Foi uma rutura nesta ‘geringonça’ de direita que levou ao chumbo do Orçamento para 2024 e à convocação de eleições antecipadas. .O PS, novamente com Vasco Cordeiro à frente, combate agora para voltar a deter o controlo do Governo Regional, o que já acontecia desde 1996, na altura com a liderança do atual presidente socialista Carlos César..Pelo Chega, José Pacheco volta a candidatar-se ao parlamento regional. José Pacheco sempre foi crítico do acordo de incidência parlamentar que, na altura, incluiu o Chega, pela mão de Carlos Furtado, que, nove meses depois, passou a independente, deixando o Chega só com um deputado no parlamento açoriano. Em 2020, o Chega teve 5 262 votos (5,26%), o que lhe permitiu eleger dois deputados. Este resultado poderá aumentar, se os Açores funcionarem como um espelho do que aconteceu na Assembleia da República e na Assembleias Legislativa da Madeira, onde, respetivamente, o partido passou de um para 12 deputados e de zero para quatro deputados..A CDU, coligação entre PCP) e o Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV), candidata-se em todos os círculos eleitorais para tentar regressar ao parlamento açoriano, depois de em 2020 ter baixado o número de votos de 2 437 (2,76%) para 1 741 (1,74%). O coordenador regional do PCP, Marco Varela, que em 2020 encabeçou a lista do partido pela ilha do Corvo, não integra as listas em 2024, tendo sido substituído por Paula Decq Mota..A IL concorreu pela primeira vez às legislativas regionais nos Açores em 2020, elegendo um deputado. Com listas em apenas duas ilhas, o partido obteve 2 012 votos (2,01%), que permitiram a eleição do empresário Nuno Barata pelo círculo de compensação (que reúne os votos não aproveitados nos círculos de ilha), que agora se candidata como cabeça de lista por São Miguel..O BE volta a candidatar-se em todos os círculos eleitorais nos Açores, com António Lima como primeiro candidato por São Miguel e pela compensação. Em 2020, o Bloco reforçou o número de votos, passando de 3 414 (3,87%) para 3 962 votos (3,96%), mas obteve os mesmos dois mandatos que tinha.