As eleições autárquicas no Porto alimentaram a dúvida até final e só mesmo ao cair do pano se soube quem era o vencedor. Manuel Pizarro acabou por assumir a derrota, nesse frente-a-frente com Pedro Duarte, na sede de campanha dos socialistas, já com poucos votos por contabilizar. Foi o primeiro dos candidatos a discursar e, nesse momento, afirmou que “os cidadãos do Porto escolheram uma equipa para governar e outra para atuar na oposição”. No seu discurso, garantiu que assumirá seu papel como vereador na cidade, dizendo que “esta derrota é inteiramente minha”. Rejeitou ainda a ideia de compartilhar a responsabilidade pela derrota com Pedro Nuno Santos ou José Luís Carneiro, afirmando que “o PS não pode ser responsabilizado por este resultado”. Ao ser questionado sobre a ausência de uma coligação à esquerda no Porto, comentou que “não sabemos se os votos que poderíamos ter conquistado em uma coligação de esquerda não teriam sido perdidos de outra forma”. O discurso comprovou a vitória do social-democrata Pedro Duarte que só foi tornada oficial mais tarde, com 37,29% dos votos contra 35,54% de Manuel Pizarro. O novo autarca é natural do Porto e possui uma formação académica robusta, incluindo um doutoramento em Estudos de Desenvolvimento e uma licenciatura em Direito. Tem um extenso currículo que abrange cargos no Parlamento Português e no Governo, onde foi ministro dos Assuntos Parlamentares. Na sua candidatura, Pedro Duarte apresentou um conjunto de dez compromissos que visam abordar questões cruciais como saúde, habitação e segurança. Entre as promessas, destaca-se a intenção de melhorar a mobilidade urbana, reforçar a segurança pública e garantir habitação mais acessível, especialmente para jovens e famílias. Comprometeu-se a utilizar imóveis devolutos do Estado e da Câmara Municipal para aumentar a oferta habitacional, e, além disso, propôs que todos os residentes do Porto tivessem acesso gratuito ao transporte público. Na área da saúde, Duarte planeia estabelecer um novo serviço municipal focado em cuidados de saúde de proximidade, em colaboração com instituições sociais e de saúde. Em relação à segurança, seu plano inclui aumentar a presença policial nas ruas com a adição de 100 polícias municipais e 100 agentes da PSP, além de um trabalho rigoroso no combate à imigração ilegal. Outra novidade no Porto, após o desfecho da contagem dos votos, é a eleição do candidato do Chega como vereador, depois de ter obtido 8,23% dos votos. Com 39 anos, é licenciado em Gestão e atua como gestor de empresas e empreendedor. É Miguel Corte-Real e começou sua trajetória política na Juventude Social-Democrata (JSD) antes de migrar para o PSD, onde assumiu diversas funções, incluindo a vice-presidência da concelhia do PSD-Porto e a liderança do Núcleo Ocidental do Porto (NOP). Também fez parte do Conselho Nacional do partido e liderou a bancada dos social-democratas na Assembleia Municipal do Porto até 2024, ano em que renunciou ao cargo..Autárquicas: PSD vence nas cinco maiores câmaras, pela primeira vez desde 2005, mas PS trava queda eleitoral .A culpar oposição por "quatro anos difíceis" no primeiro mandato, Carlos Moedas promete "uma Lisboa melhor".Montenegro diz que "o PSD volta a ser maior partido do poder local”. Carneiro fala do regresso da "confiança dos portugueses" no PS