Se no dia das eleições, as notícias forem que o Livre é o partido que mais cresce e a extrema-direita é o que mais desce, será a melhor notícia que poderemos dar ao nosso país”. A frase é de Rui Tavares, co-porta-voz do Livre, no encerramento do XV Congresso do partido.No final do encontro, que decorreu durante dois dias em Algés e onde foi votado e aprovado o programa do partido para as eleições de 18 de maio, Rui Tavares voltou a acusar o primeiro-ministro, Luís Montenegro, de uma “profundíssima falta de ética” devido ao caso Spinumviva deixando também críticas à conduta do chefe de Governo. “Luís Montenegro começa a revelar os piores tiques possíveis quando as notícias aparecem, que é virar-se contra a imprensa e dizer que está a ser perseguido. Já vimos este filme, este filme não acaba bem, tirem-nos deste filme”, referiu Rui Tavares.Mostrando-se preocupado com uma aliança entre a AD e a IL ou, nas palavras do próprio, entre “o montenegrismo e o motoserrismo” (uma referência ao facto de, na última convenção, a IL ter recorrido a motosserras de papel, num sinal de apreço para com as políticas do presidente argentino Javier Milei), o dirigente pediu uma “maioria progressista” na Assembleia da República. “Temos de ir conquistar os votos de uma maioria sociológica à esquerda que penderam para outro lado, mas que não estão perdidos, porque os vamos recuperar falando mais de liberdade”, disse. Antes, agradecendo “aos partidos do arco democrático” que marcaram presença no encerramento do congresso, deixara outro apelo: “Por favor, não nos faltem nunca, percebam que o momento é grave e nunca cedam à tentação de ir atrás daquilo que, aparentemente, dá algum sucesso, porque esse é o caminho para o abismo.”Passando depois em revista algumas das medidas do programa eleitoral do Livre (que foi aprovado com 285 votos a favor e apenas sete contra), o co-porta-voz do Livre, como o fundo público de habitação ou a chamada “herança social” (a atribuição de 5 mil euros a todas as crianças nascidas em Portugal). Mas para as concretizar, disse, são precisos mais votos. “Vamos fazê-lo com aqueles e aquelas que nós elegermos, e vão ser mais, vamos ter um grupo parlamentar mais reforçado e também com aqueles que quiserem vir ao nosso lado e implementar estas ideias”, defendeu Rui Tavares. Há um ano, o Livre elegeu pela primeira vez um grupo parlamentar, contando com quatro deputados. .Congresso do Livre aprova programa e “questões-chave” para as eleições legislativas.Livre propõe mil milhões de euros anuais para habitação pública e salário mínimo de 1250 euros em 2029