São 24 as freguesias que compõem o mapa de Lisboa. São 24 disputas eleitorais, à margem do duelo pelo poder camarário, que tem nas coligações lideradas por Carlos Moedas e Alexandra Leitão os principais concorrentes. E em nove das freguesias da capital, a força que governa a junta arrisca-se a ser destronada. Essa é a ideia que resulta dos contactos que o DN fez com as máquinas de campanha eleitoral, que já definem calendários para as iniciativas na rua, num último esforço para convencer os eleitores.Em 2021, Lisboa foi o segundo concelho mais renhido a nível percentual, só atrás do Entroncamento. Menos de 1% distanciaram Fernando Medina de Carlos Moedas, e as freguesias mais populosas têm peso no que pode ser a reeleição de Moedas ou a estreia de Alexandra Leitão. O PS, aliado ao Livre em 2021, venceu em mais juntas de freguesia: foram 13, contra 10 da coligação Novos Tempos (PSD/CDS/Aliança/MPT/PPM), sobrando a reeleição em Carnide para a CDU. Nos socialistas, sabe o DN, há a convicção de acumular oito vitórias claras: Ajuda e Alcântara, nas quais superou os 50% em 2021, Benfica e Santa Maria Maior, onde alcançou mais de 45%, Beato e Campolide, perto dos 40%, e Penha de França e Santa Clara. Destas, só Benfica está no top-5 das mais populosas. Apesar da necessária substituição de Miguel Coelho (Santa Maria Maior), e de Maria Graça Ferreira (Santa Clara), os socialistas acreditam que a sucessão se fará dentro do partido, tal como em Alcântara. Diferentes são os casos de Misericórdia, onde Carla Madeira não se pode recandidatar (é uma vereadora da lista de Alexandra Leitão) e Moedas tem consigo o “socialista independente” Pedro Duarte; e ainda de São Vicente, onde Daniel Adrião, que esteve na corrida à liderança do PS, lidera um movimento indepedente. A freguesia dos Olivais é um caso particular e entrará nas dúvidas para a eleição. O PS acredita na vitória, apesar de o líder da concelhia, Davide Amado, ter retirado a confiança política a Rute Lima, em final de terceiro mandato, no início de 2025. A votação nos socialistas nas últimas legislativas foi significativa, e permite acreditar que se manterá rosa a sétima freguesia mais populosa da capital. A convicção é reforçada pelo facto de o PSD ceder à Iniciativa Liberal a posição de cabeça de lista. Fora das contas das duas principais coligações, Gonçalo Maggessi, geógrafo e operador de infografismo na Sport TV, representa o movimento independente Olivais em Ação. E, movido por Rute Lima, e com propaganda muito presente pelas ruas da freguesia, há outro movimento, O +, encabeçado por Ana Catarina Crista, próxima de Rute Lima. Pela possível dispersão de votos, o PS crê poder manter a freguesia. Ou recuperá-la, pois a atual presidente passou a independente e abandonou a bancada socialista na Assembleia Municipal de Lisboa, onde os presidentes de juntas de freguesia têm inerência. As 13 vitórias de 2021 ajudaram Rosário Farmhouse, indicada pelos socialistas, a ser presidente neste mandato, embora a coligação Novos Tempos também tenha sido a mais votada para esse órgão em 2021..Na coligação rebatizada Por Ti, Lisboa, liderada pelo PSD, há verdadeiros bastiões que, reforçados com a inclusão da Iniciativa Liberal, além do CDS, devem manter-se. Ao que o DN apurou, quase todas as dez freguesias agora lideradas pelo centro-direita são tidas como intocáveis. Estrela e Belém totalizaram mais de 45% dos votos em 2021, Lumiar, Santo António, Areeiro e Avenidas Novas superaram os 40%, Alvalade, São Domingos de Benfica e Parque das Nações têm visto crescimento do centro-direita. No Parque das Nações, Carlos Ardisson é recandidato, indicado pelo CDS. Três dessas freguesias são das dez mais populosas do concelho e nem a necessária substituição na Estrela, por limitação de mandatos de Luís Newton (avança Luís Almeida Mendes), ou a situação semelhante em Santo António, com Vasco Morgado (sucede-lhe Filipa Veiga), faz cair a confiança. Recorde-se que Newton foi implicado na Operação Tutti Frutti e Morgado acusado de 27 crimes pelo Ministério Público. Em Belém, Fernando Ribeiro Rosa também chega ao fim de ciclo, substituído por João Carvalhosa. Em risco, apesar da crença na avaliação do seu mandato, está Madalena Natividade, indicada pelos centristas, que nos últimos quatro anos lidera a Junta de Arroios. Em sentido contrário, os mais otimistas esperam a conquista de Campo de Ourique (onde Moedas superou Medina nos votos para a Câmara) e Campolide, ou até Misericórdia e Carnide.Em Carnide, último bastião da CDU, Fábio Sousa não se pode recandidatar e apoia a sua vice-presidente Susana Cruz, com a Viver Lisboa empenhada em ver a independente Daniela Serralha conquistar a junta, e a Por Ti, Lisboa à espreita, embora uma vitória de Claudio Masi em 2025 fosse ainda mais surpreendente do que a de Arroios em 2021. No Chega, a maior hipótese será em Marvila, com Filipe Silva.Repetição das legislativas daria triunfo a Moedas Numa análise publicada sexta-feira pelo DN, que transpôs os resultados das legislativas de maio para as novas coligações autárquicas, verificou-se que, se os lisboetas repetissem as suas escolhas, Moedas seria reeleito, com 40,92% na coligação Por Ti, Lisboa (somatório dos resultados da AD e IL), à frente de Alexandra Leitão, pois a coligação Viver Lisboa (PS+Livre+BE+PAN), não iria além de 37,07%. A mesma análise, fazendo um zoom às freguesias, mostrou que só quatro trocariam de mãos. A Por ti, Lisboa conquistaria três - Carnide, única da CDU, Campo de Ourique e Campolide, ambas do PS/Livre) - e a Viver Lisboa ganharia Arroios, hoje liderada pela AD. Cada uma dessas coligações ficaria a governar 12 freguesias e a CDU desapareceria do mapa.AreeiroLivre sonha com a primeira vitóriaTal como já havia sido consolidado pelo CDS-PP em coligações com o PSD, com o comando de freguesias, o Livre candidata-se a ter pela primeira vez a possibilidade de liderar uma junta em Lisboa. Se em Alvalade e Avenidas Novas, o PSD tem enorme favoritismo, no Areeiro há, efetivamente, a expetativa de uma luta pela presidência, até depois de reunir 11% dos votos nas Legislativas, o que levou o PS a endossar a possível chefia da freguesia. “Diria que só cerca de metade das pessoas saberá que sou do Livre. Mas há quem não ligue nada a isso”, comenta Joana Alves Pereira, natural do Campo Grande, mas que fora candidata pelo Livre nas Legislativas por Castelo Branco. É a cara da coligação Viver Lisboa que retrata o lamento pelo “abandono do espaço público” no Areeiro e repete que o Bairro Portugal Novo carece de obras “há décadas.” Os 17% de diferença em 2021 colocavam o PSD na frente, mas a aposta do PS no eixo central da cidade é uma estratégia para angariar votos e incide nas críticas principais ao urbanismo de Moedas: trânsito, sujidade e falta de espaços verdes. A própria subida expectável do Chega ganha força nas reclamações dos moradores que viram o comércio local esfumar-se ou dos comerciantes que falam em insegurança e desatenção com a limpeza nas ruas. Imperativamente, a suspensão do mandato de Fernando Brancaamp, que já estava limitado por mandatos, poderá ter influência no desfecho eleitoral. É o edil, no processo Tutti Frutti, que o Ministério Público mais crimes imputa (39) por corrupção passiva. Pedro Jesus, do Executivo, passou a liderar a freguesia e recandidata-se na expetativa de garantir que, desde a reorganização autárquica, o Areeiro se mantém social-democrata.População*: 21.160ArroiosNinguém está mais em risco dentro da atual maioriaA surpresa só não foi ainda maior em 2021 por todos os olhares estarem postos na vitória de Carlos Moedas sobre Fernando Medina, mas ninguém esperava que a assistente social Madalena Natividade, indicada pelo CDS para encabeçar a lista da coligação Novos Tempos, vencesse a freguesia lisboeta que é mais conotada com o multiculturalismo. Isto apesar de a candidata ser natural de Moçambique, filha de uma africana, com experiência de retornada e infância passada num bairro de lata situado nos terrenos onde hoje existe o Parque da Bela Vista. Agora, por muito que seja grande a confiança da coligação de Carlos Moedas no trabalho de Madalena Natividade, a realidade dos números é que Arroios é uma das freguesias lisboetas em que a junção da Iniciativa Liberal ao PSD e CDS terá, pelo menos em teoria, menor peso do que o Bloco de Esquerda e o PAN aportam ao PS e Livre, comprovado pela vantagem da esquerda caso se repetissem as votações das legislativas de 18 de maio, mesmo que os resultados na capital não tenham sido particularmente cintilantes para os partidos que apoiam Alexandra Leitão. O calcanhar de Aquiles para a coligação Viver Lisboa, que candidata à Junta de Freguesia o antigo diretor do Liceu Camões, João Jaime, poderá muito bem ser Margarida Martins. A ex-presidente de Associação Abraço, reconvertida em autarca, carrega o ónus de ter contribuído para a derrota de Fernando Medina devido às notícias que mostravam comerciantes do Mercado de Arroios a serem coagidos a fornecer produtos à então presidente da junta. Sem surpresa, uma fotografia em que Martins aparece sorridente, ao lado de Alexandra Leitão, tem sido campeã de partilhas nas redes sociais…População: 33.302Campo de Ourique26 votos de diferença em 2021 espelham luta titânicaCampo de Ourique foi a maior batalha em 2021, com apenas 25 votos a separarem em urna PSD e PS. Pedida a recontagem, dado o aperto nos boletins, verificou-se que havia mais um nulo a entregar ao PS para uma vitória, por 26 votos, que era tida como difícil. Pedro Costa, filho de António Costa, foi eleito, mas não cumpriu o mandato até ao fim, abraçando a direção da GCI Media Group. Sucedeu-o o número 3 do Executivo, Hugo Vieira da Silva, que tinha o pelouro da Participação Pública. O deputado municipal apostou na comunicação dos trabalhos da freguesia e mostrou preocupação com os furtos que assolaram o bairro, expressando, publicamente, o desafio à câmara de requalificar a esquadra, os carros-patrulha e investir nos bombeiros locais. A vinda do Metro, que se reivindica há três décadas no território, terá impacto no mítico Jardim da Parada, faz com que uma obra unânime, e prevista para os próximos anos, possa ter algum impacto negativo pelo agravamento dos espaços de fruição do bairro. O maior flagelo tem sido a toxicodependência, com impacto no Vale de Alcântara, Bairro do Loureiro e Avenida de Ceuta, colocando Campo de Ourique, com a única sala de consumo assistido, como espaço de tráfico de droga, de consumo a céu aberto, com frustração da população local, que menciona a insegurança e a falta de resposta da freguesia e municipal. Em ambos os programas de PS e PSD estão mencionadas as necessidades de atenuar esta realidade. A gentrificação é, segundo o presidente e candidato do PS, um desafio específico para os socialistas. “Sabemos que a saída de população devido ao aumento das rendas, faz com que haja uma atração e substituição de camadas sociais de classe média para classes mais altas. Tendencialmente, há mais votos à direita dessas mesmas classes sociais com maior poder de compra. Espero que o trabalho feito em ano e meio seja um contrapeso”, declarou ao DN Hugo Vieira da Silva.População: 22.140CampolideCandidato liberal explora quatro anos de PSEm 2021, a batalha autárquica em Campolide, entre a coligação do PS com o Livre e a coligação Novos Tempos (PSD, CDS, Aliança, MPT e PPM) terminou com uma diferença de 414 votos de vantagem para a primeira. Miguel Belo Marques, o atual incumbente, do PS, que agora se recandidata, conseguiu há quatro anos arrecadar 37,45% dos votos, contra os 30,91% da Novos Tempos. No entanto, este ano, as coligações não são as mesmas - o PS está com o Livre, com o BE, e com o PAN, sob o nome Viver Lisboa, e o PSD aparece com a designação de Por ti, Lisboa - MOEDAS 2025, e junta-se ao CDS e à IL - e os resultados nas legislativas de maio deste ano, se configurarem um exercício de mudança no padrão eleitoral, podem inverter a tendência. Para já, Miguel Belo Marques está há apenas um mandato à frente da autarquia, mas é herdeiro de três mandatos anteriores que também estiveram a cargo do PS, e o seu principal opositor, da coligação Por Ti, Lisboa, o liberal José Miguel Cerdeira, explora essa ideia, prometendo mudanças. Nas últimas legislativas, PSD e CDS, coligados, conseguiram 30,30% dos votos, contra os 24,15% do PS. Já o Chega, que tem como candidata Aline Corsino, apareceu com 16,38%, longe dos dois primeiros lugares.População: 14.787CarnideÚltimo bastião da CDU com o PS à espreitaCarnide é um oásis no meio do mapa de freguesias lisboetas: desde 2005 que a CDU governa a zona, e antes a coligação já tinha estado no poder entre 1982 e 1989. Agora, com o atual autarca Fábio Sousa a cumprir o terceiro mandato consecutivo (e por isso está impedido de se recandidatar), a CDU vê em risco a sua única freguesia entre as 24 de Lisboa. Mas ainda assim, o autarca estará na lista, ocupando o cargo de vice-presidente. Para tentar manter a junta de freguesia a aposta da CDU recai sobre Susana Cruz, atual vice-presidente de Fábio Sousa. Já na reta final do mandato, a gestão da CDU viu concretizadas duas grandes obras na freguesia (a reabertura do mercado do Bairro Padre Cruz e a criação do novo parque verde de Carnide). Pelo meio, houve ainda a construção de um parque de estacionamento há muito pedido pela população. Ainda assim, devido ao limite de mandatos, manter a freguesia podem não ser favas contadas. Para isso, a coligação Viver Lisboa (PS, Livre, BE e PAN) escolheu apostar em Daniela Serralha, atual deputada municipal eleita pelo movimento Cidadãos Por Lisboa, que tentará conquistar mais uma freguesia para os socialistas. À espreita está a coligação Por Ti, Lisboa, liderada pelo PSD, que poderá beneficiar da dispersão de votos à esquerda e com isso sonhar com a vitória. População: 18.028MarvilaChega procura repetir resultado das legislativas Foi nesta freguesia da zona oriental de Lisboa que o Chega obteve a única vitória na cidade nas legislativas de maio. Ainda que a margem tenha sido pequena (614 votos), o partido de André Ventura conseguiu ultrapassar o PS, que tem o poder na junta de freguesia de Marvila. Agora, a expectativa é perceber se o partido conseguirá transpor esse resultado para as autárquicas. Apesar de os socialistas levarem a votos o atual incumbente, José António Videira, o último mandato do autarca ficou marcado por um processo judicial, onde era acusado de prevaricação, sendo pedido pelo Ministério Público (MP) que houvesse perda de mandato. Entretanto, o Tribunal da Relação anulou a sentença e o socialista recandidata-se agora (ainda que, quando falou com o DN na sequência da decisão, estivesse a refletir sobre o seu futuro). Em maio, o próprio assumiu após as legislativas que o resultado surpreendente do Chega era sinal de que “as pessoas estão fartas deste sistema, de ir às urnas”. O histórico eleitoral, contudo, joga contra os partidos à direita, uma vez que, entre 1976 e 2021, o poder foi alternando entre a CDU e o PS (que em quatro eleições, entre 1989 e 2001, até foram coligados).População: 35.479MisericórdiaPor Ti, Lisboa ataca com filho de antigo autarca socialistaA coligação do PS com o Livre, em 2021, com 33,48%, ficou à frente da coligação Novos Tempos, do PSD, com CDS, Aliança, MPT e PPM (30,40%). Quatro anos depois, a batalha entre socialistas e sociais-democratas ganha uma nova dimensão, até porque a atual coligação do PSD, desta vez com CDS e IL, a Por Ti, Lisboa, tem Pedro Duarte como candidato a presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia. Pedro Duarte é filho de Fernando Duarte, o antigo presidente socialista da Junta de Freguesia de São Paulo. No dia do lançamento da sua candidatura à liderança da Misericórdia, Pedro Duarte acusou “um grande amigo”, “socialista”, que diz levar para a vida e que admite respeitar, mas ”não assim tanto”, de o questionar sobre esta candidatura, perguntando-lhe o que seria necessário para a abandonar. “Não é preciso nada”, afirmou. Carla Madeira, a atual incumbente, em fim de mandato e três mandatos depois, quer passar o testemunho à sua homónima, Carla Almeida, que agora se candidata. E entre estas duas forças políticas, a balança está equilibrada até nas legislativas passadas, com PSD e CDS a terem uma ligeira vantagem, com 28,58%, face aos 26,22% do PS.População: 9658OlivaisSucessores de dissidente ameaçam bastião socialistaOlivais é território socialista desde os tempos em que incluía a gentrificada zona do Parque das Nações, autonomizado a partir de 2011. Mas neste momento a junta é presidida por uma independente, pois Rute Lima cortou com o PS, acusando a concelhia de lhe ter feito “um saneamento político”. E, mesmo sem se poder recandidatar a um quarto mandato consecutivo, surge como a mandatária do movimento independente O+, encabeçado pela sua vogal Ana Catarina Cristas, e em que também transitam do atual executivo os mediáticos João Ricardo e Wanda Stuart. Pelo lado do PS, mantém-se a convicção de que a vida não irá correr nada bem à lista da rapariga do cabelo azul, com Iara Ferreira a candidatar-se à presidência da junta, numa lista que inclui o dirigente local Duarte Carreira, antigo braço direito de Rute Lima, bem como veteranos do partido. É o caso do antigo vereador Vasco Franco e da ex-presidente da Câmara de Sintra, Edite Estrela, a assumir o papel de mandatária. Só num cenário mesmo muito improvável de divisão equitativa de votos - com o contributo do Olivais em Ação, outro movimento independente, encabeçado por Gonçalo Maggessi - poderá haver hipóteses para o liberal Pedro Costa Malheiro tomar o bastião socialista para a coligação Por Ti, Lisboa.População: 32.179São VicenteDivisão entre socialistas , PSD e CDU à espreitaOs 28% de votação em São Vicente em 2021 não dão garantias ao PS de que a Junta que engloba Graça, Santa Engrácia e São Vicente de Fora possa, efetivamente, continuar socialista. Natalina Moura atinge a limitação de mandatos, mas a polémica na assembleia de freguesia, com insultos a moradores, foi uma das provas de desgaste do Executivo. Nesse sentido, o PSD pretende capitalizar, pela candidatura de Tiago Gonçalo, alguma insatisfação, embora precise de uma recuperação de terceira força política em 2021 para ser a mais votada. Resta perceber o impacto que o início da reabilitação na Quinta do Ferro neste ano de 2025 possa ter de favorável para Moedas e para o candidato da coligação Por Ti, Lisboa. André Biveti, presidente da Assembleia Municipal, é um dos mais jovens a concurso nestas eleições, mas também os socialistas sabem que haverá, tendencialmente, uma dispersão de votos porque o residente Daniel Adrião, várias vezes candidato à liderança do PS, apresentou-se como independente a São Vicente, levando consigo uma equipa mais transversal e cuja número 2 até tem passado político no PSD. Uma das propostas de Adrião incide na retirada de ervas dos passeios de três em três meses e na criação de uma equipa noturna para lavar as ruas, priorizando o combate ao desmazelo pela higiene urbana. Se na Graça, a votação tende a ser mais à direita, há uma força inequívoca na freguesia de São Vicente de Fora para o PCP, segunda força mais votada em 2021. Vítor Agostinho, que foi presidente em São Vicente de Fora antes da agregação de freguesias, tem um eleitorado próprio, que retirará força ao PS. Juntando a dispersão esperada entre socialistas, pode bem ser um resultado imprevisível no dia 12 de outubro. População: 13.956* Dados Censos 2021