Rui Rio. Será "muito difícil" o PSD votar a favor do Orçamento
"A probabilidade Orçamento do Estado ser coincidente com as linhas mestras do programa do PSD parece-me muito difícil, mas aguardo, deixe ver qual é a proposta", disse hoje no Parlamento o líder social-democrata
O presidente do PSD afirmou hoje "não ter dotes de bruxo" para definir a posição do partido em relação ao Orçamento do Estado para 2020, mas anteviu que será "muito difícil" que coincida com as linhas mestras dos sociais-democratas.
"O PSD vai posicionar-se da forma como se posicionou em relação aos outros orçamentos: se quer que eu dê uma opinião sobre o Orçamento do Estado para 2020, eu não tenho dotes de bruxo, não posso dar opinião sobre o que não existe. Quando entrar no Parlamento vamos olhar para ele, tecer as críticas que entendemos e concordar com pontos que podemos concordar", afirmou Rui Rio, em declarações aos jornalistas depois de ter passado pelo acolhimento aos deputados.
Lamentando que haja "muita gente que fala sobre o que desconhece", o líder do PSD admitiu, contudo, que será difícil que os pontos de vista sejam coincidentes com os do Governo.
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"A probabilidade Orçamento do Estado ser coincidente com as linhas mestras do programa do PSD parece-me muito difícil, mas aguardo, deixe ver qual é a proposta", afirmou.
Rio demorou quase uma hora no Salão Nobre, onde decorre o acolhimento aos deputados, mas não conseguiu ainda concluir o processo, que achou "pior" do que nos anos 90, quando foi pela primeira vez deputado.
"Hoje é talvez um pouco pior. Da primeira vez, quando entrei no plenário já me tinha identificado, como é lógico. Hoje entrei ali como podia entrar um outro qualquer, ninguém foi identificado, podia ter trazido a família que entrava também", ironizou, considerando que o processo está "mais burocratizado, mais pesado" do que nos anos 90.
"A mão do PSD é a mão que ajuda o país, é um partido de oposição que faz oposição construtiva. Eu não estou aqui para agradar à massa associativa, mas para agradar aos portugueses."
Rio cumpriu três dos quatro passos do acolhimento e voltará mais tarde para o concluir, já tendo recebido o saco distribuído a todos os deputados, e que inclui exemplares da Constituição da República, do Regimento, bem como desdobráveis com informação sobre os serviços da Assembleia da República e a planta do edifício, e ainda um formulário que lhe permite inscrever-se no Grupo Desportivo do parlamento.
Tal como à chegada ao seu grupo parlamentar, pelas 9:45, Rio voltou a ser questionado pelos jornalistas sobre a duração da legislatura - e reiterou dúvidas sobre a sua conclusão -, bem como sobre a forma como pretende fazer oposição, na liderança parlamentar até ao próximo Congresso, em fevereiro.
"A mão do PSD é a mão que ajuda o país, é um partido de oposição que faz oposição construtiva. Eu não estou aqui para agradar à massa associativa, mas para agradar aos portugueses", assegurou.
Da bancada parlamentar, com que se vai reunir sem seguida, disse esperar trabalho e lealdade, embora sem cada um "abdicar das suas ideias".
"Um grupo parlamentar não tem de pensar todo o mesmo, quando inventamos discordâncias para criar conflitos isso é que não gosto nada. Agora, quando há divergências de pensamento... tantas vezes eu tive pensamentos diferentes do que era o do meu partido", recordou.