Morreu Miranda Calha, ex-deputado do PS

Morreu o antigo dirigente do PS, e ex-secretário de Estado, Júlio Miranda Calha, deputado na Assembleia da República desde a Constituinte.
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Miranda Calha morreu vítima de AVC, segundo uma nota colocada no Facebook pelo ex-deputado socialista e ex-presidente da Câmara de Lisboa João Soares.

"Miranda Calha era um veterano quadro do Partido Socialista. Desempenhou, por várias vezes, cargos nos Governos PS. Nas áreas da Defesa, e também do Desporto. Era, até ao final da anterior legislatura, o único parlamentar eleito sempre desde a Constituinte", escreveu Soares.

Júlio Miranda Calha tinha 72 anos (nasceu em 17 de novembro de 1947). Formado em Letras e professor de profissão, foi eleito pela primeira vez deputado nas eleições para a Assembleia Constituinte (25 de abril de 1975). E desde então sucessivamente reeleito em todas as eleições seguintes, até 2015 (inclusivamente). Deixou a atividade política no final da XIII legislatura (2015-2019). Nas maior parte das vezes a eleição ocorreu pelo seu distrito natal, Portalegre (de que chegou a ser governador civil).

Na XII Legislatura (2011-2015) foi vice-presidente da Assembleia da República. Ao longo de uma carreira política que durou mais de 40 anos, foi por três vezes secretário de Estado (da Defesa, do Desporto e da Administração Local).

A direção da bancada do PS já emitiu uma nota de pesar onde "apresenta as sinceras condolências à família, camaradas e amigos".

"A perda de Miranda Calha deve relembra-nos, socialistas, o papel corajoso e destemido que teve na transição para o Portugal democrático, em particular no distrito de Portalegre, sempre lutando pela Liberdade e pela Democracia, pelo Estado de Direito e pela dignificação das nossas Instituições", lê-se na nota.

Miranda Calha foi ainda "um socialista que se notabilizou pelo trabalho desenvolvido ao longo de toda a sua vida nos vários cargos que ocupou, partidários, públicos e internacionais".

"De um humor fino, contagiante e inteligente na apreciação da construção na sociedade democrática, deixa saudades a todos quantos com ele tiveram o privilégio de se cruzar", considerou ainda a direção da bancada do PS, o partido de sempre de Miranda Calha. "Com esta perda estamos todos de luto."

Foi um dos principais apoiantes das duas (falhadas) tentativas de Jaime Gama ascender à liderança do PS (uma contra Vítor Constâncio, em 1986, e outra contra Jorge Sampaio, em 1989).

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