Ex-ministro do CDS compara PCP e BE a Le Pen e Salvini

Pedro Mota Soares defendeu a demarcação da direita das ideias da extrema-direita que se estão a expandir no mundo e na Europa, e que disse terem sido apropriadas pela esquerda e extrema-esquerda.
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Vários cartazes, autocolantes e até twittes do BE, PCP e de políticos como a francesa Marine Le Pen e o italiano Matteo Salvini serviram a Pedro Mota Soares para tentar demonstrar aos alunos da Escola de Quadros do CDS, a decorrer em Peniche, que o "populismo" é transversal tanto à esquerda e extrema-esquerda e a extrema-direita. "Entre eles não há muita diferença", garantiu o ex-ministro do Trabalho e da Segurança Social do governo PSD/CDS.

A defesa da saída da Nato, do Tratado Orçamental, da saída do euro a até das 35 horas semanais de trabalho, partilhado pelos dois partidos que apoiam o governo socialista no Parlamento e as forças de extrema-direita, foram alguns dos exemplos invocados por Pedro Mota Soares.

O dirigente centrista usou esta "colagem" para pedir que a direita não se deixe "contaminar" pelas ideias de extrema-direita que estão a progredir na Europa e no mundo. "O futuro da direita na Europa é ser fiel aos seus valores". Este era, aliás, o mote da conferência, que também contou com a presença de Henrique Burnay, antigo dirigente da Juventude Popular (JP) e professor de políticas públicas europeias. Uma das perguntas de um grupo de alunos da Escola de Quadros foi precisamente "Como evitar que a extrema-direita manche a direita?"

Pedro Mota Soares, que será candidato na lista do CDS ao Parlamento Europeu, frisou que a direita tem de se bater pelos valores fundadores da União Europeia, pela liberdade política, económica, de imprensa, de circulação, entre outras. Henrique Burnay insistiu na ideia da direita não se deixar cair na "ratoeira" da extrema-esquerda. "O risco do centro-direita é em vez de ter discurso próprio defender o que não é seu". Lembrou que até Marine Le Pen já veio dizer mal de Jair Bolsonaro, de tão radicais que são as ideias do candidato presidencial brasileiro, que está na pole position para ganhar as eleições no Brasil.

O dirigente centrista criticou ainda a UE por não ter conseguido uma resposta para o problema dos refugiados e das migrações, num apelo aos valores da solidariedade europeia. "Este problema está a estilhaçar o modelo que temos na Europa e é o que mais a divide. O que está a acontecer está a colocar em causa a nossa tradição humanista, levou ao Brexit e está a favorecer o nascimento de partidos populistas", disse o dirigente centrista. "A Europa tem de ter capacidade de reagir a esta matéria.

E em tom crítico para as prioridades de Bruxelas, Mota Soares interpelou os alunos: "Sabem com que a Europa se está a preocupar? A grande preocupação da Europa à acertar o relógio solar..."

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