Rio e os números de Centeno para os professores: "Estas contas são uma fraude"

Em entrevista à TVI, o líder do PSD acusou o ministro das Finanças de adulterar os valores da contagem do tempo de serviço dos professores.
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"Não podemos votar a favor de um diploma que não prevê a salvaguarda financeira", disse o presidente do PSD esta terça-feira, no Jornal das 8 da TVI. Rui Rio confirma assim o voto contra do PSD na votação geral da proposta que concretiza a devolução ​​​​​integral do tempo congelado na carreira dos professores (nove anos, quatro meses e dois dias). Aproveitou ainda a ocasião para desmentir a hipótese do partido alguma vez ter tido intenção de votar favoravelmente a proposta aprovada em comissão.

"[O PSD] só tinha recuado se tivesse votado de uma maneira" e agora prepara-se para votar de outra. "Se tivesse havido votação na comissão teríamos votado contra", referiu. Segundo Rio, os sociais democratas concordaram com alguns dos artigos aprovados na especialidade, mas "a fotografia final não ficou salvaguardada".

Na sexta-feira, o primeiro-ministro ameaçou demitir-se se a​​​​​​ contagem do tempo de serviço dos professores, aprovada em comissão na quinta-feira, recebesse também votação favorável na generalidade na Assembleia da República a 15 de maio. Cenário que deverá estar fora de questão depois do anúncio da votação contra do PSD, CDS por querem introduzir alterações de sustentabilidade económica, seguido da recusa do PCP e do BE de aprovarem as exigências da direita.

"Estas contas são uma fraude"

Durante a entrevista, Rui Rui acusou ainda o ministro das Finanças, Mário Centeno, de adulterar as contas. Para o líder do PSD "estas contas são uma fraude", porque pelo menos um ano do descongelamento pode ser feito através da reforma antecipada dos professores. E estes docentes não teriam de ser todos substituídos, porque "hoje há mais professores do que é preciso dada a escassez de alunos". Os 800 milhões euros apontados por Centeno como o custo da medida só seriam verdadeiros se houvesse reposição "a tudo e a todos".

Aos professores, Rui Rio deixa ainda a promessa de que se ganhar as eleições negociará com os sindicatos a reposição integral do tempo de carreira congelado. Mas não só a estes. "As outras carreiras têm de ser revistas porque há uma desigualdade brutal; mas revistas com equidade". Refere-se ao caso dos juízes, que, segundo Rio, ganham em inicio de carreira 3324 euros brutos quando um professor em final de carreira recebe 3500 euros.

Questionado ainda pelo jornalista Pedro Pinto sobre o que seria um bom resultado do PSD nas eleições europeias deste mês, Rui Rio indicou que "correr bem é subir muito. Correr mal é ficar na mesma ou subir pouco".

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