Montenegro de "consciência tranquila" exige a Rio vitória nas legislativas

Poucas horas após o "sim" à moção de confiança de Rui Rio, o opositor não se deu por vencido. Luís Montenegro exige agora um partido "mobilizado" e ao líder do partido a "obrigação de uma terceira vitória consecutiva nas eleições legislativas.
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Luís Montenegro, também do Porto, onde esperou em vão ser convidado a falar no Conselho Nacional extraordinário que reconfirmou a confiança na direção de Rui Rio, estabeleceu o período de tréguas e não se deu por vencido. "Estou de consciência tranquila. Acordei um gigante adormecido que é o PSD", garantiu aos jornalistas.

Do desafio que lançou ao líder do partido para eleições diretas, e que muitos consideraram uma "crise grave" e prejudicial ao PSD, o antigo líder parlamentar social-democrata fez a leitura inversa, a de que "nada vai ficar como antes". E o antes era um PSD adormecido.

Agora, disse, "o PSD vai concentrar-se em garantir a sua unidade e ao país mostrar uma oposição firme e efetiva". Um partido que terá de se "concentrar em ser uma alternativa forte, que leve a uma terceira vitória consecutiva nas legislativas". E aqui ficou o novo desafio de Montenegro a Rui Rio, embora não tenha assumido que está a pensar no futuro - no pós-outubro deste ano - caso os resultados eleitorais sejam maus. "Nesse dia falarei", foi o que adiantou aos jornalistas. Admitiu, no entanto, que "existem dificuldades" para que o partido seja bem-sucedido.

Mas voltou a reiterar que há condições para o PSD ganhar as europeias, as regionais da Madeira e as legislativas. "O PSD sai desta reflexão com condições reforçadas para se afirmar no país".

Embora se tenha dito um soldado pronto a dar o corpo as balas pelo partido neste período de combate eleitoral, Montenegro advertiu, "sem hipocrisias", que as divergências estratégicas com a direção do partido não desapareceram de um momento para o outro. Mas, frisou, "não vou insistir nas minhas declarações públicas e expressar as minhas divergências e deixarei espaço à afirmação da direção".

Luís Montenegro garante que irá usar os espaços de opinião que tem em vários órgãos de comunicação social, entre os quais a TSF, para "fazer um combate cerrado ao governo, a António Costa e ao PS", por tudo de mal que andam a fazer ao país.

E como foi acusado também de não ter ideias ou estratégia, o antigo líder parlamentar social-democrata elencou áreas prioritárias a dar atenção, com enfoque para os serviços públicos, que "estão à míngua": Saúde, Educação, Transportes, e áreas de soberania. "Esta última semana tornou o PSD mais forte e mais apto. Estarei ao lado do PSD nesses confrontos".

Quanto à derrota dos apoiantes no Conselho Nacional e o que isso poderá significar no seu afastamento das listas de deputados, Montenegro garantiu que nunca esteve preocupado com isso. "Não atuo em função de lugares".

A reconciliação entre o presidente Rui Rio e o ex-presidente Luís Filipe Menezes foi saudada por Montenegro. De abraços, ele próprio diz que nunca os rejeitou ao líder "mesmo quando dele divergi frontalmente".

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