"Ponto de viragem": ministra da Saúde pede desculpa aos enfermeiros e bastonária aceita

Marta Temido ligou à bastonária dos Enfermeiros a pedir desculpa a todos os profissionais do setor por ter usado a expressão "criminoso". Ana Rita Cavaco aceitou o pedido. "Há um caminho que está aberto para o diálogo"
Publicado a
Atualizado a

A ministra da Saúde pediu hoje desculpas aos enfermeiros pelas declarações feitas este fim de semana, na entrevista DN/TSF, quando recusou iniciar já negociações com os enfermeiros em greve, considerando que isso seria beneficiar "o criminoso, o infrator". A bastonária dos Enfermeiros aceitou esse pedido de desculpas.

De acordo com um comunicado da Ordem dos Enfermeiros, emitido esta segunda-feira, a ministra "pediu desculpa a todos os enfermeiros, na pessoa da Bastonária, Ana Rita Cavaco, esclarecendo que em circunstância alguma teve intenção de chamar "criminosos" aos enfermeiros".

"Num telefonema realizado esta segunda-feira, a senhora ministra pediu à Bastonária que aceitasse as suas desculpas e as transmitisse a todos os enfermeiros, garantindo que o uso da expressão em resposta aos jornalistas não teve intenção de ofender os enfermeiros", acrescenta o comunicado.

Na entrevista ao DN e TSF, questionada sobre se admite iniciar as negociações com os enfermeiros que estão a fazer greve aos blocos operatórios, Marta Temido respondeu que "isso nem sequer seria correto para com as estruturas que decidiram dar-nos o benefício de continuar à mesa e a negociar connosco. Isso estaria a privilegiar, digo eu, o criminoso, o infrator".

"Marca um ponto de viragem" na relação, diz a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, que aceitou o pedido de desculpas da ministra da saúde, Marta Temido, por ter usado a expressão "criminoso". Numa conversa telefónica, a governante pediu à bastonária que aceitasse e transmitisse as desculpas a todos os enfermeiros, esclarecendo que em circunstância alguma teve intenção de chamar "criminosos" aos enfermeiros.

"Há um caminho que está aberto para o diálogo, que se vai fazer na quarta-feira quando tivermos a reunião com a ministra e, se vai acabar com a greve ou não, tudo depende daquilo que o governo estiver disposto a ceder", disse à TSF a bastonária dos enfermeiros. "É evidente que uma negociação tem duas partes e as duas têm de conseguir sentar-se à mesa e saber quais são os pontos fundamentais dos quais um e outro não pode abdicar".

Ana Rita Cavaco salienta que o que se tem assistido é que da parte dos sindicatos é a disponibilidade para negociar e "da parte do governo houve uma postura intransigente". "Eu penso que neste momento, ao dia de hoje e com a conversa que tive com a ministra, há aqui um ponto de viragem nessa intransigência do governo", afirmou a bastonária.

Na entrevista ao DN e TSF, questionada sobre se admite iniciar as negociações com os enfermeiros que estão a fazer greve aos blocos operatórios, Marta Temido respondeu que"isso nem sequer seria correto para com as estruturas que decidiram dar-nos o benefício de continuar à mesa e a negociar connosco. Isso estaria a privilegiar, digo eu, o criminoso, o infrator".

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt