Marcelo e o silêncio: "Os portugueses percebem-me perfeitamente"

Presidente da República quebra silêncio para reconhecer que foi surpreendido com a crise política.
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Foi o mais longo silêncio presidencial. Dez dias depois, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a falar. Se o Presidente da República recusa comentar a crise política que levou o primeiro-ministro a ameaçar demitir-se, acabou por explicar o porquê do silêncio. "Não intervir não significa não se pronunciar."

A crise política desencadeada pela coligação parlamentar dos partidos da direita com PCP e BE, ao aprovarem na Comissão de Educação e Ciência o projeto de lei que previa a reposição integral do tempo de serviço dos professores, apanhou Marcelo Rebelo de Sousa em viagem à China.

Quando regressou, o chefe de Estado manteve-se em silêncio. Agora disse porquê: "Os portugueses percebem-me perfeitamente. Acredito que seria limitadora de uma futura decisão e do meu espaço de liberdade", disse aos jornalistas.

Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que "o Presidente da República intervém para prevenir crises ou para resolver crises" e que irá receber os partidos políticos. Aproveitou ainda para dizer que não irá falar ao país sobre o tema. "Não me pronunciei nem vou pronunciar agora em período eleitoral."

Questionado se foi surpreendido com a crise política, respondeu: "Claro". E falando na terceira pessoa disse que o PR "quando iniciou a sua viagem para a China não tinha dados" indicativos da tempestade política que assolou o país.

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