Jovens confiam mais nos bombeiros que nos militares
Os jovens confiam mais nos bombeiros que nos militares, apesar de considerarem que as Forças Armadas são necessárias à segurança do país, eficazes a cumprir as missões e estão bem organizadas.
Estes dados constam do estudo sobre "Os jovens e as Forças Armadas", divulgado esta sexta-feira pelo Ministério da Defesa, com base no inquérito realizado em 2018 com os mais de 100 mil jovens que cumpriram o dever militar de participar no Dia da Defesa Nacional (DDN) - onde o Exército revelou ser mais atrativo (37,3%) do que a Força Aérea (33,5%) e a Marinha (24,1%).
"As Forças Armadas têm uma muito boa aceitação junto da população jovem", ficando em segundo lugar no que toca à confiança que os jovens depositam nas instituições e "sendo ultrapassada apenas pela confiança depositada nos bombeiros", lê-se num dos documentos distribuídos pela tutela.
Contudo, essa confiança nas Forças Armadas (5.85 numa escala de 0 a 7) sofreu uma quebra três vezes superior à registada nos Corpos de Bombeiros (5.98) face aos dados de 2017, pelo que o fosso de nove décimas entre ambas as instituições - 5.91 e 6.00, respetivamente - nesse ano cresceu em 2018 para 14 décimas.
A existência do DDN "é legitimada pelos participantes", que "apesar da obrigatoriedade da participação é visto como muito interessante" e que criam nos jovens "representações muito positivas sobre as Forças Armadas, tanto numa perspetiva institucional como profissional",
Com quatro quintos dos participantes a dizer que "gostaram ou gostaram muito" do DDN, independentemente dos respetivos níveis de escolaridade, "apenas 1,3% dos jovens" consideraram que "não deveria existir qualquer mecanismo de transmissão de informação sobre a Defesa Nacional e as Forças Armadas".
Quanto ao eventual ingresso nas Forças Armadas, regista-se uma ligeira maioria dos que manifestaram disponibilidade para isso (45,8%) face aos que a afastaram (41%). O Ministério sublinha que este indicador "não [permite] afirmar que todos estes jovens se vão apresentar como candidatos" a entrar para as fileiras, mas comprova que "não se registam sinais que apontem para nenhum fenómeno de rejeição da instituição militar".
Ainda nesse domínio, a percentagem dos homens predispostos a ingressar nas Forças Armadas "é claramente superior" à das mulheres (49,3% e 42,3%, respetivamente), diz o documento, constatando que o universo dos interessados em ir para as fileiras "vai diminuindo à medida que a escolaridade aumenta".
Em termos de preferências, quase metade dos participantes no DDN em 2018 - 46,7% - "escolheram o Exército como ramo preferencial", seguindo-se a a Força Aérea (23,1%) e a Marinha (22,4%). "No entanto, há [...] uma tendência de redução da preferência do Exército e um incremento na Força Aérea e na Marinha" face aos dados dos anos anteriores.
Os resultados deste estudo estão na base do Plano de Ação para a Profissionalização que o Ministério da Defesa apresenta esta sexta-feira, em Lisboa, com medidas a implementar nos próximos anos em três domínios: recrutar, reter e reinserir.
"Com este Plano, os ramos das Forças Armadas podem agora implementar estas medidas" e que "concorrem para tornar a carreira militar mais atrativa e mais compatível com as necessidades das Forças Armadas e do país", escreve o ministro João Cravinho na mensagem que acompanha um dos documentos.