Rangel acusa Governo de "ímpeto controleiro" sobre Banco de Portugal
Num jantar comício em Paço de Arcos, num espaço com capacidade para mil pessoas, mas com várias mesas vazias, ao contrário do que tem sido habitual, Paulo Rangel acusou o PS de ser "a favor do controlo e do fim da imparcialidade das instituições públicas."
"Não estou a falar neste ímpeto controleiro por acaso. Se nós olharmos aquilo que é a maior vergonha, o maior escândalo, o caso Berardo (...), na altura do Governo Sócrates era o mesmo ímpeto de controlo da banca", apontou.
Paulo Rangel defendeu que "se os portugueses não querem que haja mais casos Berardos, se não querem que haja interferência na independência e na autonomia do Banco de Portugal (BdP) não podem votar no PS, não podem votar em António Costa".
O BCE fez várias críticas à proposta de lei do Governo para a supervisão financeira, referindo incompatibilidades com o sistema europeu de bancos centrais, aumento de pressão política e pouca clareza na proposta.
O ministro das Finanças, Mário Centeno, já assegurou em Madrid que serão feitas as "clarificações que forem necessárias" face às "dúvidas" do Banco Central Europeu.
Rangel voltou a apelar ao voto dos militantes, recorrendo a uma imagem de um comício do secretário-geral do PS, António Costa, que disse ter visto na quarta-feira na televisão.
"Estava a dizer uma coisa que me intrigou, de uma forma nervosa, até um pouco esganiçada diria: 'Temos de voltar a ganhar as eleições'. A pergunta que faço é: quais foram as eleições que ganhou António Costa?", afirmou, na passagem mais aplaudida do seu discurso, perante uma sala que pareceu por vezes alheada dos discursos políticos e em que só parte os aplaudia.
O eurodeputado defendeu que "não é por birra, não é por teimosia" que pretende que o PS não vença as eleições. "É mau para o país, para a representação de Portugal na Europa, mau para a Europa que o PS e António Costa pudessem ter um bom resultado no dia 26", disse.
Rangel manifestou a convicção de que o PSD vai conseguir eleger Carlos Coelho nas europeias, o sétimo candidato (atualmente o PSD tem seis).
Antes do cabeça de lista do PSD, falou pela primeira vez num comício precisamente Carlos Coelho e também o líder da distrital de Lisboa, Pedro Pinto, que há alguns meses apoiou a pretensão de Luís Montenegro desafiar o presidente do PSD para eleições diretas.
Hoje, Pedro Pinto elogiou a direção de Rui Rio por ter feito "uma grande lista" do PSD para o Parlamento Europeu, não escolhendo "yes man", mas deputados "perfeitamente qualificados.