"O PCP não aceita chantagem nem cede a ultimatos." A resposta dos comunistas à ameaça de demissão do Governo veio em primeiro lugar pela voz do líder da bancada parlamentar. João Oliveira respondeu ao primeiro-ministro, António Costa, que o compromisso do partido é com os trabalhadores portugueses..Minutos depois, em Coimbra, era o secretário-geral a falar: "Trata-se de uma pressão inaceitável que só se entende por mero cálculo eleitoralista." Jerónimo de Sousa disse ainda que já houve "muitos momentos de tensão e discussão" em todo este processo, mas que nunca tinha ouvido este argumento..António Costa dirigiu-se esta sexta-feira aos portugueses para dizer que se demite se o Parlamento der luz verde em votação final global ao diploma que permite a contagem do tempo de carreira congelado dos professores, aprovado por todos os partidos - apenas com votos contra dos socialistas..Também João Oliveira, que falou pouco depois do anúncio do primeiro-ministro, acusou Costa de "cálculo eleitoral". E mais uma vez frisou: "A chantagem do governo não funciona como PCP."."Lamentamos que o PS tenha feito a opção de se pôr de fora e abra um clima de crise e tente condicionar a Assembleia da República", afirmou..O líder parlamentar do PCP disse ainda que depois da aprovação do diploma que descongela a contagem do tempo de serviço dos professores, na Comissão de Educação, é agora tempo de estender a medida a outras carreiras especiais da função pública..O discurso dos dois dirigentes comunistas estava alinhado na crítica aos socialistas que fizeram questão de sublinhar que António Costa não tem fundamentos para afirmar que a avançar o descongelamento do tempo de servivo dos professores em nove anos, quatro meses e dois dias isso terá um forte impacto no Orçamento de Estado. Tanto Jerónimo de Sousa como João Oliveira fizeram questão de recordar os milhões que o Executivo injetou na banca. "Tirou milhões e milhões de euros para colmatar os dislates da banca e dos banqueiros", disse o líder do PCP.