"Lamentável" e "ridículo": aumentam as críticas a vídeo de Centeno

O presidente do Eurogrupo está a ser acusado de branquear os efeitos na Grécia das políticas de austeridade impostos pela UE e pelo FMI dentro do PS, pelo PSD e pelo Bloco
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Críticas vindas de todos os quadrantes, da esquerda à direita e passando pelo próprio PS. Enquanto presidente do Eurogrupo, o ministro português das Finanças, Mário Centeno, protagonizou um vídeo saudando o fim do programa de assistência à Grécia mas o seu conteúdo tem sido bastante atacado.

Depois de o deputado socialista João Galamba ter escrito no Twitter que o vídeo era "lamentável" por "apagar o desastre" que foi o programa de ajustamento aplicado aos gregos, foi a vez de o deputado do PSD Miguel Morgado e o dirigente do BE José Gusmão fazerem o mesmo.

Miguel Morgado escreveu que Centeno "passou 3 anos a apoucar a saída limpa portuguesa de 2014 - conseguida contra todos os esforços contrários do PS - e agora desfaz-se em palavras doces para um país que sai devorado por problemas após 8 anos de bailout [resgate financeiro].

Já José Gusmão, do BE, considerou que o vídeo de Centeno é ​"​​​​​​ridículo", além de "insultuoso para os gregos e esclarecedor para os portugueses". Com ironia, Gusmão salientou que esta iniciativa de Centeno significa que o Eurogrupo ganhou um representante no Governo português - ou seja, não foi a visão portuguesa crítica dos programas de assistência que ganhou peso no Eurogrupo.

Em declarações ao Público, a principal porta-voz do BE para as questões económicas, Mariana Mortágua, considerou que o discurso de Centeno sobre "é perigoso para o futuro de Portugal e da Europa". Isto "porque ter um presidente do Eurogrupo que considera que a culpa da crise é dos gregos e não das políticas europeias, é sinal que está disposto a manter [a linha de rumo] das instituições europeias e as políticas de chantagem".

O vídeo surgiu no dia em que a Grécia termina o programa de resgate e é protagonizado por Mário Centeno enquanto presidente do Eurogrupo. A primeira crítica feroz veio de Yanis Varoufakis, o antigo ministro das Finanças grego, que o comparou à "propaganda norte-coreana".

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