Cristas apela unidade no CDS para as legislativas de outubro e ouve críticas
Assunção Cristas fez a intervenção de abertura na reunião, na sede nacional do partido, em Lisboa, a primeira desde as europeias de domingo, em que o CDS ficou em quinto lugar, elegeu um eurodeputado e falhou o objetivo de eleger um segundo representante no Parlamento Europeu.
De acordo com dirigentes presentes na reunião, a líder centrista fez um discurso à unidade interna no partido para as eleições legislativas, marcadas para 06 de outubro.
Uma primeira consequência das eleições surgiu no mesmo dia com a notícia da demissão do presidente da comissão política do CDS de Ovar por discordar da manutenção de Assunção Cristas na liderança do partido após o resultado nas eleições europeias.
O resultado nas europeias levou dirigentes como Filipe Lobo d'Ávila, do grupo "Juntos pelo Futuro" e que apresentou uma lista ao Conselho Nacional no último congresso do partido, e Abel Matos Santos, da Tendência Esperança e Movimento (TEM), a criticar a estratégia seguida pela direção.
À Lusa, na segunda-feira, dia seguinte às eleições, Lobo d'Ávila disse mesmo estar em choque com o resultado, mas não pôs em causa a liderança de Assunção Cristas, e é hoje um dos dirigentes presentes no Conselho Nacional que ainda decorria cerca das 23:00.
O PS venceu as eleições para o Parlamento Europeu de domingo, com 33,38%, elegendo nove dos 21 deputados, 11 pontos percentuais à frente do PSD, (21,9% e seis eurodeputados), seguindo-se o Bloco de Esquerda com 9,8% e a CDU com 6,8%, ambos com dois eleitos.
O CDS ficou em quinto lugar, reelegeu Nuno Melo, com 6,2% dos votos, à frente do PAN, com 5,08%, que pela primeira vez terá um deputado no Parlamento Europeu.
De acordo com relatos feitos à Lusa por dirigentes presentes na reunião, Lobo d'Ávila alertou que Cristas "não tem margem de erro" nas legislativas e fez uma análise do que correu mal nas europeias em que o partido falhou o objetivo de ter dois deputados em Estrasburgo, ficando-se pela eleição de Nuno Melo, o cabeça de lista.
Para o antigo secretário de Estado, a culpa pelos resultados de domingo não foi dos candidatos e, tal como já tinha afirmado na segunda-feira à Lusa, apontou erros na gestão do 'dossier' dos professores, em que a bancada alinhou, num primeiro momento, com a esquerda no parlamento na contabilização do tempo de carreira.
Apontou a "gestão desastrosa" neste 'dossier', e afirmou que Cristas e a sua direção alegadamente caíram "na armadilha" do primeiro-ministro, António Costa, que definiu as europeias como uma moção de confiança ao Governo.
Ainda segundo os mesmos relatos, o CDS quis censurar o Governo e acabou "chamuscado" pela própria censura, segundo Lobo d'Ávila, que, com o grupo "Juntos pelo Futuro", apresentou uma lista ao conselho nacional no último congresso.
Internamente, o conselheiro nacional também criticou a direção pela forma como escolheu os candidatos a deputados, por dividir o partido, e admitiu candidatar-se em último da lista do partido em Lisboa se a direção repensar a "imposição" de nomes como candidatos.
Filipe Lobo d'Ávila afirmou ainda sentir dificuldade em identificar as causas e propostas do partido, que levam os eleitores a optar pelos centristas no momento das eleições.
À Lusa, na segunda-feira, dia seguinte às eleições, Lobo d'Ávila já tinha dito estar em choque com o resultado, mas não pôs em causa a liderança de Assunção Cristas.
O PS venceu as eleições para o Parlamento Europeu de domingo, com 33,38%, elegendo nove dos 21 deputados, 11 pontos percentuais à frente do PSD, (21,9% e seis eurodeputados), seguindo-se o Bloco de Esquerda com 9,8% e a CDU com 6,8%, ambos com dois eleitos.
O CDS ficou em quinto lugar, reelegeu Nuno Melo, com 6,2% dos votos, à frente do PAN, com 5,08%, que pela primeira vez terá um deputado no Parlamento Europeu.