Assunção Cristas acusa Governo de "fantochada" e Costa de "mentir"
A líder do CDS, Assunção Cristas, acusa o Governo de desonestidade e de estar a promover uma "fantochada", ao ameaçar demitir-se por causa das novas regras, aprovadas quinta-feira, para a contagem do tempo dos professores.
"Em relação aos professores, o que foi aprovado não aumenta um cêntimo que seja no encargo para o Orçamento do Estado deste ano", escreveu a líder centrista num post colocado no Facebook. Assunção Cristas ainda carrega nas críticas: "Não há aumento de um cêntimo no Orçamento. Governo montou uma fantochada. Não aceitamos esta vitimização desonesta".
Na reação oficial, já na sede do CDS, a líder centrista foi muito mais caustica para António Costa: "Um primeiro-ministro que não se demite quando morreram 116 pessoas nos incêndios é o mesmo que empurra o país para uma crise política pela obrigação de negociar com os professores".
Assunção Cristas acusou António Costa de mentir quando diz que há compromissos financeiros assumidos para o futuro no diploma aprovado pelos partidos no Parlamento e que este ponha em causa as contas públicas. Defendeu que a ameaça de crise é "para retirar hipotéticas vantagens eleitorais". Equiparou ainda esta ameaça de demissão à mesma atitude de José Sócrates teve quando o PEC IV foi chumbado.
A presidente do CDS, que revelou já ter pedido uma audiência ao Presidente da República, disse não recuar na decisão de apoiar o princípio de reposição, de todo o tempo de carreira dos professores, o que disse ter sido defendido pelo seu partido "desde a primeira hora". Assunção Cristas garantiu que o CDS se bateu para que a negociação com os professores dependesse de vários fatores, como o regime de aposentações, a avaliação e as próprias carreiras, num quadro de crescimento económico. "As contas que o primeiro-ministro faz não são verdadeiras".
Assunção relembrou que o CDS já apresentou duas moções de censura ao governo, o que torna natural considerar que se o governo perdeu a maioria não tem condições para governar. "É aos parceiros de governo, ao PCP e BE, que tem de pedir responsabilidades", disse.