"A Marisa tem é de ter mais companhia", pede Catarina Martins

A candidata do Bloco de Esquerda ao Parlamento Europeu atacou o ministro Pedro Marques. Não foi inocente a escolha: será ele o n.º 1 socialista às europeias. E a líder do partido estabeleceu a meta eleitoral para Bruxelas.
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A atual eurodeputada e cabeça-de-lista do Bloco de Esquerda às eleições europeias, Marisa Matias, atacou esta segunda-feira à noite de forma particular o ministro socialista Pedro Marques por causa das promessas não cumpridas.

O alvo não é inocente: o governante será o provável número 1 da lista do PS às europeias de maio e Marisa Matias prometeu não facilitar a vida ao seu mais que provável adversário. E Catarina Martins já definiu o objetivo de eleger mais do que um deputado. "A Marisa tem é de ter mais companhia no Parlamento Europeu", atirou a líder bloquista.

Num jantar com cerca de 350 pessoas, em Fiães (Santa Maria da Feira), integrado nas jornadas parlamentares do partido - que se realizam esta segunda e terça-feira no distrito de Aveiro - o travo a pré-campanha eleitoral fez-se sentir de forma intensa. (E nem faltou a carne assada como prato principal do jantar.)

Moisés Ferreira, deputado eleito pelo distrito de Aveiro, olhou para a sala do restaurante e disse que este é "um ano muito importante" e que vão "precisar de forças neste ano de 2019".

A candidata do Bloco de Esquerda apontou o dedo aos "níveis mínimos históricos em investimento público" que Portugal atingiu e esses "mínimos", esse "não investimento nos serviços públicos" e "não investimento no estado social", acabam por degradar os serviços do Estado.

Sobre a viagem que os deputados bloquistas fizeram pela manhã na Linha do Vouga, a eurodeputada foi cáustica: "Não é uma promessa de António Costa para 2025 que vai resolver o problema do Vouguinha. 2025 é daqui a dois governos e é preciso ser muito otimista", atirou.

Marisa Matias recordou o exemplo do ramal da Lousã que foi desmantelado sem que fosse dada qualquer alternativa para as populações, no dia em que, "pela segunda ou terceira vez" (e a deputada em Bruxelas confessou ter perdido a conta), António Costa e Pedro Marques foram anunciar o relançamento do concurso para a empreitada.

Agora, a alternativa passa por autocarros elétricos, mas não é com eles "que lá vamos", despachou Marisa, desconfiada de quem tanto criticou PSD e CDS por nada terem feito no ramal e agora ir "pelo mesmo caminho". "Podem ficar literalmente à espera do comboio na paragem do autocarro", disse, parafraseando a canção de Sérgio Godinho.

Já a coordenadora do BE, Catarina Martins, não tem dúvidas de quem pode representar "a voz do povo" em Bruxelas, como até aqui, defendeu. "Quando estivermos a lutar pelos direitos do trabalho, sabem que a Marisa esteve a lutar incansavelmente por eles" - e Catarina repetiu a mesma fórmula para a saúde, a justiça, a educação. Só falta uma coisa, admitiu a coordenadora do Bloco: "A Marisa tem é de ter mais companhia no Parlamento Europeu. Que a Marisa é luta, é esperança", disse, fechando o seu discurso.

Depois desta pausa pré-eleitoral para as europeias, as jornadas parlamentares encerram esta terça-feira. E aí o Bloco de Esquerda dará a conhecer as suas propostas para os últimos meses da legislatura.

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