Governo "não vai deixar cair" o militar português ferido

Ministro da Defesa diz que militar "irá em breve para a Alemanha para acompanhamento médico"
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O ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, afirmou esta segunda-feira que o Governo "não vai deixar cair" o soldado ferido na República Centro-Africana, garantindo que é importante criar condições para que tenha uma vida "preenchida e realizada".

"O soldado português que foi ferido tem sido seguido. Eu já o visitei duas vezes, o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA) e o Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME) também o visitaram, mas o importante não é só estas visitas. O importante é criar condições para que tenha uma vida preenchida e realizada", disse o ministro, que está em visita ao país africano.

João Gomes Cravinho salientou que o governo está a trabalhar em "várias frentes".

"Vamos trabalhar na recuperação física, irá em breve para a Alemanha para acompanhamento médico. Obviamente tem direito a indemnizações, mas o mais importante é que vamos criar condições para que tenha emprego no futuro. O soldado Camará, os seus camaradas em Bangui, as Forças Armadas e a população portuguesa devem saber que nós não vamos deixar cair o Aliu Camará", frisou.

A reação do ministro surge no mesmo dia em que o DN noticia que os chefes militares querem o soldado amputado nos quadros permanentes.

O militar português ficou ferido na República Centro-Africana (RCA) na sequência do despiste e capotamento de uma viatura, quando as tropas nacionais realizavam um trajeto logístico junto à região de Bouar, situada a 350 quilómetros a noroeste da capital do país.

Gomes Cravinho está na República Centro-Africana

O ministro da Defesa vai estar esta segunda-feira com as forças portuguesas que servem na Missão Europeia de Treino Militar - República Centro-Africana (EUMT-RCA) e com os militares portugueses que integram a Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização na República Centro-Africana (MINUSCA).

A RCA caiu no caos e na violência em 2013, depois do derrube do ex-Presidente François Bozizé por grupos armados.

O Governo centro-africano controla, atualmente, cerca de um quinto do território. O resto é dividido por mais de 15 milícias que procuram obter dinheiro através de raptos, extorsão, bloqueio de vias de comunicação, recursos minerais (diamantes e ouro, entre outros), roubo de gado e abate de elefantes para venda de marfim.

O acordo de paz foi assinado em Cartum, capital do Sudão, no início de fevereiro pelo Governo da RCA e por 14 grupos armados. Um mês mais tarde, as partes entenderam-se sobre um governo inclusivo, no âmbito do processo de paz.

Portugal está presente na RCA desde o início de 2017, no quadro da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização na República Centro-Africana (MINUSCA).

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