Em 20 anos, a percentagem de votos brancos e nulos quase duplicou
Pordata lançou "BI Especial Eleições Legislativas" com dados eleitorais e outros (a população, a educação, a saúde e o emprego, por exemplo) desde as legislativas de 1999.
A taxa de votos brancos quase duplicou, em legislativas, desde as eleições de 1999 até às de 2015, passando de 1,1% para 2,1%. A conclusão é de um estudo da Pordata sobre a evolução eleitoral e socioeconómica do país nos últimos vinte anos.
O mesmo estudo revela uma progressão parecida - embora menor - dos votos nulos, no mesmo período de tempo (1999-2015): passou de 1% para 1,7%,
De acordo com a análise, a taxa de abstenção tem registado variações para cima e para baixo. Em 1999 foi de 39% e nas legislativas seguintes (2002) baixou para 38,4%, acontecendo depois o mesmo em 2005 (35,6%). Nas últimas eleições para a Assembleia da República (2015) foi porém de 44,1%.
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Um terço dos deputados são mulheres
O que o estudo também revela é um aumento substancial do peso das mulheres na Assembleia da República: em 1999 eram 17,4% dos 230 deputados, valor que quase duplicou até 2015: 33%.
O número de eleitores inscritos também foi em 2015 superior em quase um milhão ao de 1999. Passou de 8,8 milhões para 9,6 milhões. O grande salto deu-se das legislativas de 2005 para as de 2009: de 8,9 milhões para 9,5 milhões de inscritos. Em 2018, por alterações no recenseamento, o número de eleitores inscritos já era de 2,8 milhões.
Ao todo, já se realizaram 66 eleições desde 1976, contando com legislativas, autárquicas, europeias, regionais e presidenciais. Surgiram nos boletins de voto, ao todo, 130 siglas partidárias. Nas presidenciais, apresentaram-se a votos 36 candidatos, sendo a eleição mais concorrida a última, de 2016. Marcelo Rebelo de Sousa, o vencedor logo na primeira volta, enfrentou nove adversários.
Ao todo, entraram nas urnas, desde 1975, 226 milhões de votos: 85 milhões em legislativas, 61 em autárquicas, 47 em presidenciais e 30 em europeias.
A população está, porém, a envelhecer. Em 1999, existiam 15,9 idosos (pessoas com mais de 65 anos) por cada cem jovens. Em 2018 esse valor já era de 21,7.
O que também aumentou substancialmente foi a população residente com 15 ou mais anos detentora de um curso superior: de 6,4% para 18,7%, entre 1999 e 2018. A taxa de abandono precoce da educação também tem vindo a diminuir: de 44,8% (em 1999) para 11,8% (2018).